Benfica descobriu a chave certa para abrir a porta da liderança
Há 17 anos que a equipa principal do Sport Lisboa e Benfica não visitava o Grupo de Desportivo de Chaves. Perante um relvado novo mas cheio de areia, fruto da tática muito usada por Jorge Simão já no Paços de Ferreira, o Benfica sabia que o jogo seria muito difícil.
Fora das quatros linhas, os preços dos bilhetes marcaram a polémica em torno do GD Chaves. Apesar disso, não impossibilitou que muitos benfiquistas esgotassem os oito mil lugares disponíveis. A polémica prolongou-se até ao dia de jogo, quando na bancada central, onde os bilhetes custavam 80€, muitos dos benfiquistas foram obrigados a despirem camisolas e adereços afectos ao Benfica. Uns alegam motivos de segurança, mas em tantos anos de futebol, nunca vi um segurança no Estádio da Luz a pedir para um adepto do Sporting ou FC Porto tirar a camisola porque não estava no local destinado aos adeptos do seu clube. Até há adeptos do Sporting a irem à luz ver jogos da Champions. Parece que no estádio do Grupo Desportivo de Chaves os métodos ainda são antigos.
Bom, siga para o jogo. O SL Benfica entrou em campo apenas com uma alteração no onze inicial, Júlio César por Ederson. Duas equipas que ainda não sabiam o que era o sabor da derrota. Embora os empates no campeonato e na Champions, tenham levado aos adeptos do Benfica a considerarem duas derrotas. Mas de facto a primeira parte foi bastante complicada para a equipa de Rui Vitória. O GD Chaves apostava tudo no contra-ataque e por muitas vezes poderia ter colocado o Benfica em maus lençóis. O Benfica respondia com uma progressão no campo bem mais controlada tentando mandar mandar na partida. Mas o Chaves fechava a porta quando defendia. Chegou-se a gritar golo uma vez para cada lado. No Chaves, o golo era anulado por posição de fora de jogo. Do lado do Sport Lisboa e Benfica, Mitroglou estava em linha, mas o assistente decidiu assinalar fora de jogo. De resto ainda houve um remate perigoso de Mitroglou, uma bicicleta de Salvio e duas bolas ao poste na mesma jogada por parte do Chaves.
A segunda parte foi mais mexida. O GD Chaves já não conseguia impor a estratégia do contra-ataque com que iniciou os primeiros 15 minutos da primeira parte. Jorge Simão sentia que podia fazer algo de grandioso na partida e arriscava em refrescar o ataque, já que na defesa o jogo estava aparentemente controlado. O Sport Lisboa e Benfica entrou no jogo como tinha saído, controlador, seguro e dominante, na expectativa de que o golo mais tarde ou mais cedo iria aparecer. E ele chegou através de bola parada. Um pouco tarde, mas chegou com a cabeça do “Dr. Mitroglou”. Um brilhante passe de Grimaldo, ajudou a colocar o SL Benfica na frente do marcador. Depois do golo, Rui Vitória faz entrar Celis para muscular o meio campo, mas é de bola parada que o SL Benfica volta a marcar. Mais uma vez foi Pizzi. O transmontano aproveitou um ressalto e colocou a menina lá dentro. Calou mais uma vez muitos que o criticavam ao intervalo. Dizem que não é bom, na esquerda, mas ele trabalha para chegar ao onze inicial. Não só na esquerda, Pizzi aparece em quase todas as posições da frente. Ele é um dos jogadores imprescindíveis deste SL Benfica. Quer os treinadores de bancada queiram, quer não. Desde que chegou ao SL Benfica Pizzi leva 86 jogos, 15 golos, 24 assistências em 5787 minutos. Nesta temporada já marcou por 3 vezes e assistiu outras 2 em 8 jogos. Números que mostram que o seu trabalho está no caminho certo.
Carrillo poderia encerrar a partida com um brilhante golo, mas o guarda-redes do Chaves foi enorme ao fazer uma grande defesa. Com o resultado em 0-2, o Benfica conseguia sair de Chaves com os 3 pontos conquistados de forma muito difícil. A exibição não foi das melhores, mas o que se pretendia era a chave que daria para abrir a porta da liderança do campeonato e essa foi encontrada.
