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Como criar uma polémica: Modus operandi da imprensa

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Podíamos agarrar em vários casos de polémicas criadas pela imprensa e nesta temporada têm sido muitas derivado ao Sport Lisboa e Benfica ser Bicampeão Nacional, mas vamos agarrar na ultima para mostrar como as criam de modo obter resultados (cliques, visitas, vendas online e papel) ao fim do mês.

Esta quarta-feira surgiu uma “notícia” que colocava André Silva, deputado do PAN, a dizer que era contra o voo da águia Vitória. Começou no “Jornali” e rapidamente propagou-se por toda a imprensa desportiva sempre dando a fonte daquele jornal. Depois do “tirinho” da imprensa obviamente que os Benfiquistas se mostraram insatisfeitos com tais declarações e estando fartos da campanha que se move contra o clube da luz nos últimos anos -mais agressiva nestes últimos meses- fizeram o que a imprensa queria, tornar viral a “notícia” nas redes sociais de modo a obter os tais resultados.

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Obviamente com a insatisfação do Povo Benfiquista, o PAN achou que deveria ser necessário esclarecer que o tinha sido dito, em nada tinha haver com as águias do Sport Lisboa e Benfica. E o que fez a imprensa? Pediu desculpas por ter deturpado as tais declarações? Não. Voltou a fazer notícia do comunicado do PAN para continuar a obter resultados uma vez que não há nada sobre o Sport Lisboa e Benfica que mereça destaque. É assim nos títulos sensacionais que levam as pessoas a clicar e depois não corresponde ao título que escreveram e é assim com os variados junta-letras que têm tempo de antena para serem o mais polémicos possíveis de modo a serem notados e falados.

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Nós tendo um canal de televisão que nos informa diariamente, um jornal semanal e as redes sociais oficiais que agora estão a fazer um bom trabalho, não precisamos desta escumalha que vive de polémicas criadas por eles para obter resultados. O jornalismo serve para informar e não para ser um Reality Show em que todos batem no Sport Lisboa e Benfica e os adeptos contribuem para isso sem perceberem que estão a ajudar para que batam ainda mais.

O voo da águia Vitória marca o pré-jogo de qualquer partida da equipa profissional de futebol no Estádio da Luz desde a inauguração do novo estádio em 2004. O Pessoas Animais e Natureza (PAN), partido que passou a ter assento parlamentar nas últimas eleições legislativas, declarou ao “jornal i” que é contra a prática até porque a águia é um animal selvagem que fica desta forma “afastada do seu habitat”.

Imaginem esta introdução em cima assim “A apresentação de um Galo que marca o pré-jogo de qualquer partida da equipa profissional de futebol no Estádio de Barcelos. O Pessoas Animais e Natureza (PAN), partido que passou a ter assento parlamentar nas últimas eleições legislativas, declarou ao “jornal i” que é contra a prática até porque o Galo é um animal domestico que fica desta forma “afastado do seu habitat”.

Falo do Galo como poderia falar de show de araras, golfinhos, focas, baleias, leões que diariamente estão fora dos seus habitats nos zoos deste país. Mas usando outros animais que não a águia do Benfica, simplesmente não tinha impacto e não vendia.

Não coloco aqui os links das notícias para não contribuir para a carteira do Flávio Miguel Silva autor de uma delas.

ESCLARECIMENTO DO PAN SOBRE A ÁGUIA VITÓRIA

As notícias que têm surgido relativamente à águia Vitória não correspondem à verdade nem reflectem com exactidão os comentários que o deputado André Silva prestou à imprensa. Em nenhum momento foi dito que o PAN quer acabar com a águia Vitória. Pelo contrário, foi feito um “apelo” à responsabilização pelo bem-estar não só da águia vitória – que não foi sequer especificamente mencionada nos comentários do PAN –, mas de todos os animais selvagens que estão fora do seu habitat natural.

Apesar de não ser novidade para os portugueses o facto de o partido não se rever na domesticação de animais selvagens e na sua utilização para entretenimento – visto que sempre fez parte do programa eleitoral do PAN –, o que o PAN defendeu vai precisamente de encontro à defesa do bem-estar da águia, uma vez que os animais que são hoje utilizados para fins lúdicos não estão em condições de sobreviver na natureza, nem o país tem ainda políticas que assegurem o acolhimento ou encaminhamento desses animais para refúgios ou centros de recuperação de vida selvagem.

Posto isto, esclarecer que a posição do PAN em relação a este tema foi descontextualizada tendo em vista a abordagem sensacionalista de um assunto que não foi direccionado para um ser ou entidade em particular, mas para uma visão geral do partido sobre a forma como devemos tratar os animais que connosco partilham o planeta.

Reforçar ainda que nem o deputado nem o partido poderiam em algum momento estar contra qualquer animal. Não existindo legislação nacional que defina os requisitos de bem-estar para animais selvagens em cativeiro, caberá a cada entidade tomar consciência sobre o impacto da escolha destes animais como ícones e assegurar-lhes condições de vida dignas da sua natureza, conforme acreditamos que aconteça neste caso específico.

Lamentamos desde já a discussão distorcida que este artigo gerou, reforçando que o PAN não se revê no radicalismo nem no exagero, havendo uma explicação razoável para cada medida que defende. Continuaremos disponíveis para diálogos constructivos, desde que bem intencionados. Já recorremos ao direito de resposta com o meio que originou estas notícias para que sejam rectificadas e correctamente enquadradas.

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