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Lima deixa carta: "Não é um adeus, é um até já."

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Lima despediu-se da melhor maneira deixando uma longa mensagem a todos os que estiveram com ele desde que vestiu o mando sagrado

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“É uma maneira meio estranha de me despedir. Curiosamente não é feita numa cidade onde gostaria, apesar da beleza, mas gostaria de estar em Lisboa. Mas a vida é assim mesmo e sinto uma certa tristeza. Foram grandes momentos no Benfica. É assim a vida, surgiu esta proposta muito rápida, as coisas aconteceram muito rápido. Fiquei meio surpreso, mas também já um pouco preparado porque no futebol acontecem estas coisas.

Estou aqui despedindo-me de um grande clube onde vivi grandes momentos que ficarão para sempre guardados na minha memória. Foi tudo muito rápido. Ao presidente tenho de agradecer, pois foi super compreensivo. Entendeu a situação, entendeu o meu lado e o do Benfica. Vou-lhe agradecer sempre, foi um dos que apostaram em mim no início. Tenho a certeza que no início houve algumas dúvidas, mas ele sempre apostou em mim e estou-lhe grato por isso. Dentro de campo pude retribuir toda a confiança. Mesmo saíndo ele confessou que era uma pena, perguntou-me se queria mesmo ir, por que se não quisesse abriria mão da proposta. Acho que as coisas se conduziram da melhor forma para mim e para o Benfica. Tenho de seguir este caminho. É uma nova etapa.

Tenho a certeza que deixo aqui grandes amigos, com quem convivi três anos. Deixo boas amizades e agradeço a todos os do Benfica que sempre me apoiaram e foram carinhosos. Aos adeptos, que sempre me respeitaram imenso, que me deram um carinho enorme deles. Eles entendem. Fico feliz por ter contribuído e deixado o máximo, não só nos jogos mas nos treinos e em cada evento do Benfica. Vivi essa alma benfiquista e isso deixa-me satisfeito. Permite-me despedir-me super tranquilo, mas de uma forma triste. No entanto, a vida conduziu a isto, pelo que guardarei este clube na vida, com momentos maravilhosos. Acredito que vão entender a minha opção.

O lado financeiro pesou, pois tenho 32 anos, já não sou um menino. Temos oportunidades na vida e como a carreira de futebolista é curta há que aproveitar. O Dubai é um sítio muito bom para se viver. A segurança é boa, vive-se maravilhosamente lá. Vou também para conhecer outro campeonato, embora este não tenha a dimensão do português, nem a Liga dos Campeões ou outras provas em que participava pelo Benfica. É um outro desafio, mas não posso deixar de dizer que o lado financeiro foi o que mais pesou na decisão. Procurar encarar o desafio como o fiz no Benfica, sendo o maior profissional possível, dedicar-me como me dediquei ao Benfica.

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Os meus golos no primeiro título contra ao Olhanense, vínhamos de uma época em que as coisas não tinham corrido bem, foi muito complicado no início. No final, ao ser coroado com aqueles dois golos, deixou-me essa marca mais forte, foi o momento mais alto para mim, foi o meu primeiro título de campeão. Recordo também o golo ao Gil Vicente, ao minuto 93. É um inicio de um novo trabalho com um novo treinador, um treinador que apesar do pouco tempo que convivi tem totais capacidades para levar o Benfica ao tricampeonato. Foi o que lhe falei em particular, que vai encontrar um grupo super trabalhador, que gosta de trabalhar, gosta de estar sempre na frente, isso vai facilitar e ajudá-lo a conduzir o Benfica ao tricampeonato.

Estando longe procurarei acompanhar e apoiar o grupo. O grupo tem boas referencias, Luisão, Jardel, Júlio César, Pizzi, Sílvio. Há muitos jogadores ali que conhecem o Benfica e tem tudo para manter a hegemonia. Espero que seja uma hegemonia duradoura, que o Benfica continue a ser o grande clube que é. Arrepia falar do Benfica, dos momentos que vivi aqui, do Marquês com aquela multidão. É uma sensação e uma lembrança inesquecíveis. Tenho vídeos gravados que mostrarei aos filhos e netos. Foi um momento fantástico, vou sentir saudades. Fiquei muito contente com o trabalho que fiz no Benfica, tenho a noção do que representei para o clube, marquei muitos golos e ajudei a equipa de todas as maneiras. Dediquei-me de corpo e alma. Fiquei contente por ficar na história do clube não só pelos golos, mas pelos títulos, o de bicampeão que é uma coisa que há cinco anos não imaginaria.

Hoje faço parte de um grande clube com o Benfica e isso é a realização de um sonho de criança. O meu objetivo foi sempre deixar marcas e ser uma referência de um grande clube. Consegui pois o Benfica é enorme. Acho que me vão lembrar como um jogador super guerreiro que tentou compreender a mística, de nunca desistir, de se dedicar ao máximo, cair e levantar. Foi o que sempre tentei transmitir como jogador. Dediquei-me cem por cento, se precisasse de sangrar lá dentro sangraria.

São jogadores com muito talento. Gosto particularmente do Nélson Oliveira, é muito brincalhão e torço por ele. O Jonathan é um menino, chegou há pouco tempo e está a enquadrar-se no Benfica. Tem totais condições para fazer não só aquilo que fiz, mas ainda melhor. Que marquem muito mais golos e ganhem muito mais títulos do que eu. Desejo-lhes muita sorte. Espero que o grupo se possa entrosar o mais rapidamente possível. Tem capacidade e talento para isso. Quero agradecer imensamente tudo o que fizeram por mim, todos os jogos e o apoio. Mesmo quando não estive tão bem mostraram apoio e carinho. Despeço-me da massa benfiquista mas vou continuar como adepto, vou ser sempre do Benfica. O meu muito obrigado, com sinceridade. Agradeço muito ao Benfica, cresci como jogador e como homem, vou ter saudades mas levo boas recordações. Não é um adeus, é um até já.” – Lima

Felicidades, Bicampeão!

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