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Operação Cashball: As autoridades apreenderam também na posse de Paulo Silva vários envelopes do Sporting

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Trezentos e cinquenta euros para Paulo Silva, 150 euros para João Gonçalves. As conversas não deixam dúvidas de qual era a comissão recebida pelo denunciante do esquema, e a apreensão de um depósito bancário em casa de Paulo Silva confirma também que João recebia 150 euros.

Os preços para os corruptores ativos são variados. No andebol, Paulo Silva falou em pagamentos entre 1500 e 2000 euros, mas os montantes aumentavam quando se falava de futebol. Aí, os jogadores das equipas adversárias recebiam entre os três e os dez mil euros, dependendo da equipa que estava em causa. Os intermediários recebiam o mesmo – 500 euros, a dividir por ambos.

O CM sabe que as autoridades apreenderam também na posse de Paulo Silva vários envelopes do Sporting, com o símbolo do clube, que o próprio garantiu terem-lhe sido entregues por João Gonçalves. Era aí que guardava o dinheiro dos subornos, mas depois Paulo Silva não os entregava aos corrompidos, para não deixar rasto. Há uma conversa em que se revela o cuidado extremo para os suspeitos não serem apanhados pelas autoridades. Após o suborno de uma equipa de arbitragem, no andebol, João Gonçalves diz a Paulo Silva para se encontrarem no Areeiro, em Lisboa, já que o “chefe” lhe irá dar o dinheiro. Diz depois que o encontro não deve ocorrer numa bomba de gasolina, porque teme a existência de câmaras de vídeo.

Paulo Silva diz que sim e é categórico ao afirmar que o dinheiro é para entregar aos árbitros. Estas e outras conversas, aliadas aos vários documentos apreendidos pela Polícia Judiciária do Porto, são as provas que agora serviram para fundamentar a investigação, que entra numa nova fase: definidos os corruptores ativos, é fundamental perceber se os inúmeros nomes referenciados por Paulo Silva foram mesmo subornados e se incorreram nos crimes de corrupção passiva, no âmbito do fenómeno desportivo.

Viagem à Madeira para aliciar
Paulo Silva viajou para a Madeira, dias antes de o Sporting disputar um jogo de andebol que envolvia uma dupla de árbitros do arquipélago. Os documentos da viagem estão no processo e servem para demonstrar que o intermediário tudo fazia para agradar ao ‘chefe’ e conseguir bons resultados para os verdes-e-brancos.

Conversas estão validadas
As conversas telefónicas apreendidas pelas autoridades já foram validadas pela juíza de instrução. O telefone foi entregue voluntariamente pelo suspeito e as mesmas conversações foram autenticadas. Não há dúvidas de que são os intervenientes no esquema criminoso.

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