Quando se soube a convocatória para a deslocação a Arouca, onde Rui Vitória levou 11 defesas e apenas um ponta de lança júnior de primeiro ano, mas campeão europeu e melhor marcador em sub-17, deixou-me um pouco mais atento ao que iria acontecer. Preocupado não fiquei, mas não é normal o clube ter 4 avançados lesionados. O “vírus” FIFA continua a atacar o Sport Lisboa e Benfica e desta vez foram Raúl Jimenez e Mitroglou os lesionados a juntar aos outros 3 que estão no departamento médico.

Com este lote de lesionados a mais recente contratação do SL Benfica, Rafa, teria de ir a jogo e dúvida que tinha era se Rui Vitória apostava num ataque móvel ou jogava com um ponta de lança fixo. Apostou na mobilidade e deu-se muito bem. Aliás, se tivesse apostado em José Gomes, para mim, não era novidade nenhuma pois o miúdo de facto tem qualidade e marca muitos golos. Optou por fazer regressar Jardel e deixar Lindelof na Bancada por opção. Visto que o Sueco jogou os 90 minutos na selecção, Rui Vitória preferiu dar-lhe descanso. Quanto ao capitão, foi para o banco e deu-se muito bem. Muito Interventivo e sempre na ajuda dos recém chegados. Por vezes foi visto ao lado do treinador a dar indicações para dentro de campo. Nota-se que está chateado por estar no banco. Quando não se tem mais nada que falar…

Ainda sobre a convocatória. Não fiquei admirado de não ver Célis e Zivkovic na convocatória. O Colombiano fez uma viagem longa e era previsível que não estivesse (se tivéssemos um plantel curto e sem soluções teria de ir). Já o Sérvio, que muitos fizeram questão dizer que o jogador não foi convocado, porque andou na noite enquanto esteve ao serviço da selecção, dizer que nem de perto nem de longe esse foi o motivo. Zivkovic tem precisamente 2 treinos com o plantel e essa foi a razão por não entrar nas contas de Rui Vitória. Um jogador que vem de uma paragem de 6 meses, vem de lesão e ainda se está a ambientar ao futebol português, é natural que não tenha aparecido na convocatória.

VAMOS AO JOGO

Para mim foi dos melhor jogos que vi esta temporada. A equipa foi demolidora, sufocante e agressiva nos primeiros minutos. Aliás, a primeira parte foi excelente no sentido da dinâmica que a equipa estava implementar, nas jogadas que desempenhava e nas recuperações que conseguia fazer ainda junto à área do Arouca. Encostamos o Arouca lá atrás e só deixámos jogar o que queríamos. O problema foi mesmo a finalização. A primeira parte foi um show de golos falhados. O resultado poderia ser muito bem uns 4, 5-0. Guedes e Rafa ou Rafa e Guedes com Pizzi, Salvio e Horta, foram realmente uma dor de cabeça para quem tentava encontrar pontos de referência para fazer a devida marcação. Um enorme trabalho de Rui Vitória ao meter estas peças a trabalhar bem nas 2 zonas mais adiantadas. Tanto Rafa como Guedes jogavam nas alas como no meio, assim com Salvio e Pizzi jogavam no meio e nas Alas. Brilhante, deu gosto de ver.

Rafa esperemos nós que em Janeiro não vá para o Arouca. Se falavam mal de que ele falhou o golo na supertaça de forma propositada porque iria assinar pelo Benfica e porque escolheu o Benfica, então o que dizer dos falhanços clamorosos deste jogo. Tirando isso gostei de ver. Parecia que Rafa já jogava no Benfica há anos. Outro jogador que apareceu melhor foi André Horta. Lito cometeu o erro de não meter ninguém junto do Horta e quando isso acontece o jogador do Benfica começa a abrir o livro. No fundo e em jeito de resumo, foi uma primeira parte excelente no jogo jogado, mas fraco na finalização.

Na segunda parte o jogo mudou um pouco de figura, Lito “tapa” o Horta e começamos a ter dificuldade a construir no meio campo. Ainda assim não desistimos até ao segundo golo. Depois do segundo golo o Arouca decide arriscar mais e o Benfica começa aproveitar a velocidade da rapaziada mais avançada. É num desses lances que Rafa é derrubado na área e Fábio Veríssimo faz que não vê. Rafa é claramente derrubado, não se percebe a dúvida que o árbitro teve, pois estava em cima do Lance. De um possível 0-3 passou a 1-2, pois na jogada a seguir o Arouca chega ao golo, fruto da má colocação de Nelson Semedo. A partir daí, apareceu uma terceira equipa em campo, a de arbitragem. Quando no inicio não apitava faltas preferindo deixar jogar, depois do golo do Arouca, era toque sim, toque sim, junto da área do Benfica.

Rui Vitória poderia reforçar mais cedo o meio campo, porque o André Horta estava bem tapado e isso não possibilitava ter um meio campo mais sólido. Aceito que o tenha feito mais tarde, mas com tanta faltinha junto da área a colocar a equipa mais nervosa era necessário ter Samaris o quanto antes. Mas aceito a decisão do treinador.

Com a entrada de Samaris, André Horta voltou ao jogo e com um passe brilhante para o menino José Gomes. Foi mesmo por milímetros que o jovem de 17 anos não fez o gosto ao pé, na sua estreia como jogador da equipa principal. Quase que entravamos para dentro do campo para empurrar o “Zé Golo” e fazer com que ele marcasse. O posicionamento é o correcto, é de ponta de lança mas não teve sorte. Certo é que se continuar a trabalhar, o futuro vai sorrir-lhe muito em breve.

Em resumo, um banho táctico de Rui Vitória na primeira parte, uma finalização menos boa e uma segunda parte muito nervosa depois do lance do penalti não assinalado. 3 pontos num jogo bastante importante contra uma equipa que nos conquistou 3 pontos na temporada passada. Venha a Champions League.