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Rui Gomes da Silva: "DE BOAS INTENÇÕES ESTÁ O INFERNO CHEIO

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Tendo sido um dos mais ferozes críticos de Pedro Proença, enquanto árbitro, impus-me, a mim mesmo, ultrapassar o que entendi como uma crispação já desnecessária, após o seu abandono. Depois de uma intermediação (do meu… hoje já famoso… cunhado) acabei por falar, algumas vezes, com Pedro Proença e constatar que a sua preparação e formação poderiam fazer dele uma figura relevante no futebol português. Esta é a minha declaração de interesses,… para chegar a este artigo com autoridade moral para escrever o que se segue…
Apesar do empenho que Pedro Proença pôs na aprovação de uma norma só para mim (o art.º A, do Regulamento de Disciplina), e da mais que previsível campanha (que aí vem) de proibir os programas tipo o Dia Seguinte de terem acesso a imagens dos jogos. Como se eu fosse o responsável máximo pelo 35 e, agora, pelo possível 36 e tetra (mas fazendo o favor a quem lhe pede isso)!

A DECLARAÇÃO DO PRESIDENTE DA LIGA

Talvez inspirado pelo espírito de abril, o presidente da Liga, invocando o prestígio internacional do futebol português, veio, em artigo publicado em A Bola, no dia 25, fazer um apelo ao fair-play, ao respeito, ao bom senso e… à contenção verbal. Ora – do que vejo, do que leio, do que sei e do que me contam – o artigo em causa não tem qualquer correspondência com a postura, os atos e os comportamentos do seu autor, no cargo em causa. Por estas palavras, agora escritas e publicadas, não coincidem nem condizem – do que vejo, do que leio, do que sei e do que me contam – com o que Pedro Proença afirma em conversas, por certo reservadas, mas com muita gente.
O Presidente da Liga não pode apelar, como o fez, e ser conivente com a instigação da divisão e do conflito gratuito. O Presidente da Liga não pode ter uma opinião em público sobre o presidente do Sporting que – do que vejo, do que leio, do que sei e do que me contam – é exatamente a oposta da que transmitirá, nesses encontros, a esses dirigentes.

… E A REUNIÃO COM UM PRESIDENTE CASTIGADO

Como compreenderá, o Pedro Proença que acho ser uma pessoa de bem («d´um só rosto… de antes quebrar que torcer», para usar a expressão de Sá Miranda), não pode, enquanto Presidente da Liga, receber, formalmente, o presidente de um clube que acaba de ser castigado pelo Conselho de Disciplina com 113 dias de suspenção!!!
Ao fazê-lo, está a pactuar com alguém que infringiu, de forma grave, a lei, segundo os orgãos disciplinares do futebol português. 113 dias para um infrator, um prevaricador castigado, mas que, ao mesmo tempo despreza a decisão do órgão que tutela a disciplina do futebol em Portugal. O que não diríamos se, por exemplo, víssemos, nas principais páginas dos jornais que usam e abusam desse tipo de notícias, um qualquer chefe de uma qualquer repartição de Finanças aplicar uma sanção pesada a um qualquer cidadão por incumprimento fiscal e, dias mais tarde, assistirmos, numa qualquer televisão, a uma reunião formal do Ministro das Finanças com esse mesmo cidadão, para discutir a situação fiscal do país e ouvir as suas sugestões para o combate à evasão fiscal e ao branqueamento de capitais?
O que diríamos todos nós, especialmente os mais afoitos na crítica de quem anda na vida política, se, no final desse encontro, o cidadão em causa ainda tivesse o atrevimento de prestar declarações públicas a dar lições de moral e ética a todos os restantes cidadãos do país?
Ou se um incendiário reconhecido como tal fosse chamado para dar conselhos aos bombeiros, no combate a um fogo qualquer?
Não, não podemos aceitar, calar e ser coniventes, para não dar a ideia de que, no futebol português… o crime compensa. Ou, melhor ainda, … há crime, há punição, mas tudo continua como se não houvesse infratores…

E OS OUTROS ENCONTROS?

Poderia ter Pedro Proença ficado por aqui… Pode, podia… mas não seria a mesma coisa! O que levará o Presidente da Liga apelar à paz, ao entendimento e ao fair-play, quando, nas vésperas de um jogo que seria sempre determinante na luta pelo título de campeão nacional (a 5 jornadas do fim), janta com agentes desportivos que fizeram juras de uma santa aliança (que tem de tudo menos de santa) contra o Benfica? Ou não perceberá Pedro Proença que tais sinais são provas de uma saga divisionista e pouco merecedora de algum crédito para quem deveria ser… e parecer… imparcial?
Eu não quero dar razão a quem, no Benfica, me dizia, de cada vez que o defendia internamente, que terá uma agenda marcada por velhos laços, impossíveis de romper…
Mas como diria António Oliveira Salazar (para citar, pelo que vi nos últimos dias, um dos autores preferidos do presidente do Porto), …«o que parece, é».

O FIM DA LIGA OU DE PEDRO PROENÇA?

Ou será que teremos que concordar com aqueles que defendem que a paz no futebol português se fará pelo fim da Liga, ou pelo seu afastamento do cargo que exerce?
Para que os defensores desta tese não possam ter razão, há que fazer corresponder as palavras aos atos! As palavras, ditas e publicadas, aos atos e aos comportamentos respetivos!
Porque o castigar com uma mão e perdoar com uma reunião é um caminho que não leva a lado algum! Esses senhores da guerra do futebol, generais de claques legalizadas que deveriam ser ilegalizadas (mas sempre preocupados com as claques que não precisam dessas normas para seguirem a lei), saem de cada reunião dessas com o ar de quem domina o mundo, como se essa conivência com quem os recebe tenha feito deles verdadeiros… detentores do segredo do Santo Graal… do futebol português! Ora, quem sai assim de um encontro com o Presidente da Liga não pode ter ouvido de Pedro Proença o que Pedro Proença pensa deles (do que vejo, do que leio, do que sei e do que me contam). Ou, pelo menos, o que Pedro Proença diz – a outros – o que pensa deles! Por isso, o melhor mesmo seria saber o que pensa – mesmo – Pedro Proença sobre o presidente do Sporting! Já agora,… num artigo do dia 1.º de maio (para seguir as sagas das datas comemorativas)!
Acabando com a intriga, porque – se assim não for – teremos que dar razão a quem acha que a liga deve acabar,

BENFICA E FEIRENSE

Já agora, para o registo, dois empates marcaram a última jornada. Excelente o do Feirense, fora. Menos bom o do Benfica. Porque, se o Feirense mereceu empatar, já o Benfica com trés penaltis – roubadinhos…- merecia ter ganho! Agora, contra o Estoril, vem aí a primeira das quatro finais que faltam.
RUMO AO 36!!!

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