O Tribunal de Instrução criminal (TIC) de Lisboa decidiu não levar a julgamento o antigo vice-presidente do Sporting Paulo Pereira Cristóvão, num processo em que é acusado de corrupção, por obtenção de dados sigilosos de árbitros de futebol. Dados esses que continuam a ser partilhados nas redes sociais por parte de adeptos de FC Porto e Sporting. (VER AQUI E AQUI)
Em 2016 o ex-dirigente do Sporting foi acusado de corrupção ativa, por obter dados sigilosos de quase 200 árbitros de futebol, através de funcionários das finanças, também arguidos no processo, tendo a sua defesa requerido a abertura de instrução, alegando que o seu cliente já estava a ser julgado por estes factos no processo conhecido como caso Cardinal e que não poderia ser julgado duas vezes pelos mesmos factos.
Na decisão instrutória do TIC, proferida esta semana e a que a agência Lusa teve acesso, a juíza de instrução criminal deu razão aos argumentos apresentados pela defesa de Paulo Pereira Cristóvão e decidiu não pronunciar o também antigo inspetor da Polícia Judiciária.
No caso Cardinal, o arguido terá pedido ao seu colaborador Rui Martins para ir ao Funchal efetuar um depósito de 2.000 euros na conta de José Cardinal, para posteriormente o acusar de ter sido subornado antes de um jogo entre o Sporting e o Marítimo.
Além disso, foi igualmente julgado por ter criado uma lista com dados pessoais de árbitros, 35 dos quais reclamaram o pagamento de indemnizações cíveis, por se sentirem intimidados com a divulgação da mesma.
O TRL confirmou também que o antigo dirigente desportivo terá de pagar 500 euros a cada um destes 35 árbitros, num total de 17.500 euros.
Acontece que mesmo tendo sido condenado, na justiça desportiva o caso foi arquivado. E é aqui que há problema. Com este caso, se fosse noutro país, o Sporting teria descido de divisão.