Ricardo Araújo Pereira negou todas as “insinuações” de que foi alvo de Francisco J. Marques. O diretor de comunicação do FC Porto acusou-o de “cair no âmbito dos cartilheiros”, rótulo que o humorista recusa de forma perentória. “Todos os factos que o Francisco J. Marques relata são verdadeiros; todas as insinuações que faz são deturpações fáceis de desmentir”.
“Vejamos: de facto, em 2010, o director de marketing do Benfica [Miguel Bento] enviou-me um email a perguntar se podia dar o meu endereço eletrónico a um amigo do assessor jurídico do Benfica. De facto, eu respondi: “Claro, abraço.” De facto, o amigo do assessor jurídico, que viria a enviar-me um email a 14 de outubro de 2010, queria transmitir-me ideias sobre incoerências do Miguel Sousa Tavares (um tema em relação ao qual tenho uma conhecida predileção). Estes são os factos, e são verdadeiros”, recorda Araújo Pereira.
Depois, o humorista rebate as acusações. “As insinuações, se bem as percebi, são: que eu faço parte do grupo dos chamados ‘cartilheiros’; que eu conhecia a identidade do amigo do assessor jurídico; que a crónica que eu escrevi n’ ‘A Bola’ após esta troca de e-mails era baseada, influenciada ou estimulada pelas “informações” dadas por esse amigo. Primeiro, é público que eu nunca recebi a chamada ‘cartilha’, um documento semanal redigido por alguém do Benfica com informações e opiniões dirigidas a comentadores e jornalistas sobre o que deve ser a comunicação oficial do clube. O Francisco J. Marques sabe muito bem disso porque a lista de destinatários foi divulgada por ele – e eu não consto nela.”
Continuando, assina: “Segundo, o amigo do assessor jurídico escreveu-me a partir do endereço ‘Regresso ao Passado’ e não se identificou. As incoerências que ele apontava ao MST tinham a ver com tramitações legais da justiça desportiva, tema que reputo de chato como o catano. Sou um grande apreciador das incoerências de MST, sobre as quais escrevo com entusiasmo desde 2003. Admiro sobretudo a sua capacidade de confundir ou inventar episódios históricos, as opiniões baseadas em factos inexistentes e as bizarrias ortográficas.”
Araújo Pereira realça que “as imprecisões referidas pelo anónimo” que o contactou referiam-se a um texto de MST publicado a 28 de Setembro de 2010. “A minha crónica debruça-se sobre o texto que MST publicou a 12 de outubro, no qual faz uma divertida confusão entre a constituição americana e a declaração de independência.
Finalmente, assinala que a crónica que escreveu “também é pública e o ‘cariz muito jurídico’ que o Francisco J. Marques encontra nela fica, por isso, à consideração de todos. Forneci ao Record o tal email anónimo que recebi, pelo que será fácil confrontar as ‘informações’ nele contidas com essa ou qualquer outra crónica que eu alguma vez tenha escrito. Fica o desafio.”