Opinião do adepto

Leonor Pinhão:”BRUNO TRIOLHO, BONDADE E SÁTIRAS”

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Cada um sabe de si e Nosso Senhor sabe de todos. Ora aqui está uma pérola da sabedoria popular. Aplica-se a tudo. Até a clubes de futebol. Cabe, assim, aos sportinguistas discutir a vida associativa do seu emblema e cabe aos demais, aos que não são sportinguistas, evitarem intrometer-se gulosamente nessa discussão alheia com juízos, bitaites e outras ingerências atrozes. Dos aspetos teóricos aos conteúdos mais informais, o momento associativo em Alvalade dispensa, certamente, as opiniões e as sentenças vindas do exterior. Técnicos de opiniões gerais de outras cores e mestres do ‘achismo’ parcial, abstenham-se de exibir toda a vossa sabedoria sobre revisões de estatutos que não vos dizem respeito, sobre o método de Hondt, seja lá o que isso for, e sobre convocatórias que não vos convocam para coisa nenhuma. Enfim, abstenham-se de perorar sobre a vida dos outros a quem nunca perdoam quando esses ‘outros’ cometem o mesmíssimo pecado da intromissão nos momentos mais azougados dos vossos e dos nossos clubes, tal como acontece frequentemente.

Sobre a alegada ‘crise’ no Sporting já disse, portanto, tudo o que queria dizer. Isto é, nada. Há, no entanto, duas questões absolutamente marginais à vida própria dessa instituição desportiva que, por isso mesmo, por serem de essência marginal ao Sporting, não me impedem de achar qualquer coisa, ainda que insignificante como irão de seguida constatar.

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A relação da comunicação social com o presidente do Sporting é exemplo de uma sujeição bastante curiosa. Admite-se, por reverência e proteção devida à figura institucional do dirigente de um grande clube, que lhe corrijam por bondade e zelo os erros ortográficos na transposição dos seus escritos do Facebook para o papel impresso ou para as edições on-line. Mas interrogo-me por que razão não existe a mesma bondade da imprensa livre, a mesma proteção e o mesmo zelo – mais importante é o zelo! – quando trata de dar à estampa, publicitar e fazer ecoar listas com os nomes de meia centena supostos proscritos como se um procedimento destes fosse inocente, inconsequente e normalíssimo no ofício de bem informar. Não causa assim admiração a renúncia de Vasco Lourenço ao cargo que detinha no clube. Não foi para isto que ele fez o 25 de Abril.

Depois da ortografia, da comunicação social e da política, segue-se agora a questão do teatro. Lamentou-se o presidente do Sporting de ser vítima de sátiras nos palcos de Lisboa. O facto, em si, nada tem de espantoso. O que é espantoso, para quem desconhece os sintomas, é o facto de o autoproclamado presidente Bruno ‘Triolho’ não perceber por que razão é ele, e logo ele que se considera mais inteligente do que toda a gente, um alvo dessas chacotas teatrais.

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