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Relatório da PSP destaca o bom comportamento dos adeptos e não menciona qualquer arremesso de moedas

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O Benfica vai recorrer para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol da multa de 3.188 euros aplicada pelo Conselho de Disciplina (CD), por moeda lançada por «adeptos afetos ao Benfica, proveniente da bancada Emirates, que atingiu o árbitro [Tiago Martins] no peito, criando um ligeiro hematoma», no jogo com o V. Setúbal, a 28 de setembro, da 7.ª jornada do campeonato. Os encarnados entendem que o árbitro poderá ter falsificado o relatório, no qual dá conta do episódio nas ocorrências relativas ao comportamento do público. E, na argumentação para defender o recurso, poderão recorrer ao relatório da Polícia de Segurança Pública, que não faz referência ao sucedido, assinalando, até, «bom comportamento no geral» do público e do relatório do delegado da Liga e dos delegado do campo, respetivamente José Pinto e Bruno Ferreira, que dão conta de que foi o árbitro que transmitiu a informação de que tinha sido atingido por uma moeda de cinco cêntimos.

No comunicado do CD, ontem publicado, é descrito que «no final do jogo, quando a equipa de arbitragem se dirigia para o túnel de acesso aos balneários, os adeptos afetos ao SL Benfica, provenientes da bancada Emirates [sic], claramente identificados pelos cachecóis e camisolas que vestiam alusivas ao clube visitado, lançaram uma moeda, que atingiu o árbitro no peito, criando um ligeiro hematoma». O CD acrescenta: «Conforme é relatado no Relatório do Árbitro, no Relatório dos Delegados da LPFP e foi ainda consultado o Relatório de Policiamento Desportivo da PSP.»

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A descrição do CD é, praticamente, igual ao relato do árbitro, que, na rubrica comportamento do público, escreveu: «No final do jogo, quando a equipa de arbitragem se dirigia para o túnel de acesso aos balneários, foi lançada uma moeda por adeptos afetos ao SL Benfica, claramente identificados pelos cachecóis e camisolas que vestiam, atingindo o árbitro no peito, criando um ligeiro hematoma.»

Os delegados, de acordo com o relatório, não presenciaram o relatado pelo árbitro, antes foram informados por Tiago Martins. «Foi transmitido pelo árbitro aos Delegados da Liga que, no final do jogo, quando a equipa de arbitragem se dirigia para o túnel, o mesmo foi atingido com uma moeda de cinco cêntimos, no peito, proveniente da bancada Emirates, onde se encontravam adeptos afetos ao Benfica, identificados com camisolas e cachecóis do clube, causando-lhe um hematoma. A moeda foi de imediato apanhada do chão pelo árbitro e entregue ao delegado do campo», pode ler-se no relatório dos delegados.

A PSP, por sua vez, vincou o bom comportamento geral dos adeptos do Benfica e do V. Setúbal, sem dar conta de qualquer incidente com o árbitro. No relatório, dá conta de outro incidente: «O Comandante dos Bombeiros Lisbonenses, durante o jogo, comunicou ao Comandante do Policiamento que, numa primeira análise, o lançamento do fogo que fez parte da coreografia do SLB poderia colocar em perigo alguns espectadores, pelo que foi pedido um parecer escrito àquela corporação de bombeiros para tomada de medidas necessárias.»

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Os relatórios de Liga e PSP, no entender do Benfica, reforçam a ideia de que o castigo do CD se baseia exclusivamente na alegação de Tiago Martins. Os encarnados, como já revelaram a A BOLA, consultaram as imagens do jogo e desmentem a versão do árbitro.

O Benfica, por outro lado, considera a aplicação de multa de 3.188 euros desproporcionada quando comparada com outros casos de agressão e entrada em campo de adeptos. O recurso segue, então, para o Conselho de Justiça.

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