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“olhei para a grandeza do Benfica e achei que era a opção ideal”

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“Temos as nossas ambições e queremos deixar os Benfiquistas orgulhosos.” Este é o pensamento para a nova temporada do Sport Lisboa e Benfica e foi esta ambição que João Mário verbalizou em entrevista concedida à BTV, a primeira de águia ao peito.

 

O novo camisola 20 da equipa de futebol do Benfica explicou as razões para a escolha do número, deixou elogios às condições oferecidas pelo Clube aos atletas, admitiu que Jorge Jesus o ajudou na adaptação a esta nova realidade e esclareceu as diferenças entre os dois sistemas táticos mais usados pela equipa (3x4x3 e 4x4x2). O médio, que está de regresso à Seleçao, recordou ainda Eindhoven e o primeiro golo com o Manto Sagrado, abordou a Champions e os adversários do grupo E e reconheceu a importância do apoio dos adeptos.

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João Mário

Grandeza e organização do Benfica

“Conhecia o Clube, mas não por dentro. Talvez me tenham surpreendido as infraestruturas e a organização que o Benfica tem. Surpreendeu-me bastante a grandeza do Clube, e sem dúvida que o Benfica tem todas as condições e dá todas as condições para os jogadores estarem focados naquilo que controlam: o trabalho de campo, o treino e o jogo.”

Adaptação à nova realidade

“Sou uma pessoa bastante calma por natureza. Cheguei ao Benfica com a certeza daquilo que queria, de consciência tranquila. Então, ajudou bastante o processo inicial. Muitas pessoas ajudaram-me. O facto de conhecer muitas pessoas que trabalham no Benfica ajudou, colegas que já tinham partilhado o balneário comigo na Seleção Nacional. Tudo isto ajudou a que o meu início fosse tranquilo, e também tinha a convicção de que era importante entrar bem no Benfica e que as coisas me corressem bem.”

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Jorge Jesus

Voltar a trabalhar com Jorge Jesus

“[O sucesso na adaptação] Deve-se muito ao facto de já ter trabalhado com o míster. Esse é um fator que faz muita diferença, principalmente em campo, para estar adaptado à equipa. Claro que não estou tão adaptado ao Clube, porque cheguei há pouco tempo, mas, acima de tudo, falando mais daquilo que é o jogo, o facto de já conhecer as ideias do míster e de conhecer alguns colegas fez com que me adaptasse mais rapidamente ao Benfica. Tenho de lhe agradecer.”

Míster igual a si mesmo

“É exatamente o mesmo. Tem uma exigência muito grande, não só ao nível de trabalho de campo, do treino, mas também com todo o Clube. É uma pessoa ímpar porque consegue colocar uma exigência grande em todo o Clube e isso é muito difícil no futebol. Sei do que falo, porque já passei por vários clubes. Sem dúvida que Jorge Jesus consegue pôr uma exigência muito grande com a sua presença e pela maneira que todos sabemos de como trabalha. E isso não é fácil num clube tão grande como o Benfica.”

 

João Mário

Diferenças: médio em 3x4x3 e em 4x4x2

“A nível do meio-campo, as ideias não são muito diferentes. Tanto num sistema como noutro [3x4x3 ou 4x4x2] é uma posição muito de equilíbrio. O que muda é que, quando jogamos com três defesas-centrais numa linha de cinco defesas, temos maior liberdade ofensiva. Em 4x4x2 temos de ter uma responsabilidade maior, porque rapidamente podemos ficar desposicionados. O que tentamos é não fazer isso, nem num sistema, nem no outro.”

“Jogando naquela posição [médio-centro] tento ser um organizador de jogo, acima de tudo. Uma das minhas principais características é fazer com que a equipa tenha mais bola. É algo com que me identifico bastante e que conheço das equipas do míster. Acima de tudo, tento também ser uma pessoa que não desequilibra a equipa. É fundamental termos um bom processo defensivo, porque são essas equipas que ganham títulos, que é isso que me interessa.”

Foco no que pode melhorar

“No meu processo de treino, o passe e a receção não são tanto a minha preocupação. Se calhar, é mais a finalização, algo que posso sempre melhorar. O passe e a receção já são naturais. Mas tudo se treina. Desde as escolinhas que treino o passe e a receção e sai com naturalidade. O meu foco está mais naquilo que posso melhorar.”

Superar a melhor época da carreira

“É uma boa base [45 jogos, 7 golos e 10 assistências] que alcancei com este treinador. Obviamente que gostaria de superar, porque foram bons números. Provavelmente, nesta época até vamos fazer mais jogos. Também espero superar a barreira nos golos e nas assistências, mas, acima de tudo, assumo-me mais como um jogador de equipa, porque é aí que posso fazer a diferença e gostaria de ser Campeão Nacional.”

“Tenho noção de que é uma coisa que posso melhorar. Se me perguntarem se prefiro ser campeão e ganhar vários títulos este ano, ou ter grandes números, direi que prefiro ser campeão e ganhar um, dois ou três títulos pelo Benfica.”

 

Equipa Benfica

Eindhoven: jogo especial e com muita união

“Foi especial, sem dúvida. Por tudo o que aconteceu no jogo, principalmente depois da expulsão, só uma grande equipa, com grande capacidade de sacrifício, madura é que conseguiria superar aquela eliminatória. Jogávamos contra uma equipa superofensiva, que nos tinha criado grandes dificuldades na primeira mão e foi um jogo que valeu muito pelo que tínhamos feito no Estádio da Luz. Ganhámos aquele jogo e sentimos um pouco de receio à volta, porque estávamos a jogar contra uma grande equipa, mas acreditámos sempre que podíamos passar e tivemos de nos unir para ultrapassar um grande adversário.”

Champions: responsabilidade e objetivo alcançado

“Não estive no Benfica na época passada, mas sei o que aconteceu. Portanto, havia uma grande pressão para atingirmos o primeiro grande objetivo da temporada. Foi um mês muito difícil, com muitos jogos. Tínhamos começado bem o Campeonato e superado o Spartak, mas, se não entrássemos na Liga dos Campeões, podia criar alguma instabilidade, tanto para os adeptos como para a equipa. Sentíamos o peso dessa responsabilidade. O Benfica é uma equipa que tem de estar na Liga dos Campeões. Aceitámos esse desafio. Um pouco devido a essa pressão, no final do jogo [em Eindhoven] houve um certo alivio para todos.”

 

João Mário

Equipa tem margem para melhorar

“A equipa tem muita margem para melhorar. Começámos agora a época, é normal que algumas coisas ainda não estejam afinadas, mas o processo defensivo está muito bom. Queremos agora melhorar no processo ofensivo. Sabemos que a equipa é muito ofensiva. Normalmente, as equipas do míster fazem muitos golos e é nisso que estamos focados.”

Análise ao grupo E da Liga dos Campeões

“Olhando para o nosso grupo e para aquilo que é a grandeza do Bayern e do Barcelona – não desrespeitando o Dínamo Kiev, como é óbvio – será sempre um grupo muito difícil. Mas temos as nossas ambições. Os jogos em nossa casa serão sempre difíceis para eles, mas também sabemos a pressão que é jogar em Camp Nou ou no estádio do Bayern. Temos, ainda, a deslocação à Ucrânia. Temos as nossas ambições e queremos deixar os Benfiquistas orgulhosos. É a Liga dos Campeões. Estando lá já sabemos que vamos apanhar grandes equipas, e eu, pessoalmente, fico muito contente por jogar estes jogos e por jogar contra estas grandes equipas.”

 

João Mário

Intensidades: Campeonato e Champions

“Ao nível da intensidade é muito diferente jogar em Portugal ou na Liga dos Campeões. Uma coisa que podemos melhorar em Portugal é os árbitros deixarem jogar mais. Claro que também podemos dizer que os jogadores se atiram muito para o chão ou param muito o jogo, mas quem tem a decisão são os árbitros. Parte deles que o jogo seja mais corrido. Temos melhorado, mas ainda temos margem. Lá fora, os jogos não param. O jogo com o PSV, fora… foi um jogo de alta intensidade. Com exceção dos jogos grandes, é difícil haver jogos assim em Portugal.”

“Temos bons jogos em Portugal, mas não há comparação possível. É completamente diferente jogar contra o Tondela ou contra o Arouca em casa, ou contra o PSV, o Barcelona ou o Bayern. São jogos que te levam a níveis físicos e mentais diferentes.”

Campeão Nacional: o principal objetivo

“Todos têm noção que o primeiro grande objetivo do Benfica é ser Campeão Nacional. Não nos adianta fazer um grande jogo com o Barcelona e não ganhar os jogos em Portugal. Não vou falar dos jogos grandes, porque aí a motivação está no máximo, mas também temos de ter motivação para ganhar os outros jogos, porque são esses que nos dão o título. Claro que acredito que o Benfica pode sempre fazer uma grande campanha na Champions, mas o grande objetivo é ser Campeão Nacional. Temos de ter motivação para jogar contra todas as equipas em Portugal e vencê-las.”

“Pela exigência que há no Benfica, só será uma boa época se ganharmos o Campeonato Nacional. Esse é o principal objetivo desta equipa. Olhamos para o nosso plantel e sabemos que a expectativa é alta. Então, temos de apontar sempre para a conquista do Campeonato, porque, menos do que isso, a época, de certeza, que não será positiva.”

 

João Mário

Ritmos: Liga portuguesa e as outras

“Comparando com Itália e Inglaterra talvez esteja um pouco aquém. Ainda temos um Campeonato com muitas faltas e muita paragem de jogo. Com o VAR ainda se demora mais tempo a decidir. Há aspetos a melhorar, mas temos qualidade na nossa liga. Os árbitros têm de melhorar, os jogadores têm de melhorar… É nesses detalhes que nos temos de focar. Quem está a ver o jogo, com certeza, quer que a decisão do VAR seja mais rápida, quer que o jogo seja mais rápido.”

Benfica foi escolha acertada

“Houve outras equipas que me foram aparecendo, até de outros campeonatos mais competitivos, mas olhei para a grandeza do Benfica e achei que era a opção ideal para continuar a minha carreira. Apesar de ter sido uma escolha difícil, tenho a certeza de que foi a mais acertada.”

 

João Mário e Rui Costa

Grande proximidade entre a equipa e o Presidente Rui Costa

“Há uma grande proximidade com o Presidente Rui Costa. Se calhar, daqui a uns anos, com o aparecimento de outros jogadores, podem vê-lo de forma diferente. Aquilo que vejo na equipa é que sentem grande proximidade com ele, porque, realmente, ele sempre teve essa proximidade com os jogadores. Não foi por alterar de vice-presidente para Presidente que isso mudou. É um grande apoio e uma grande referência para nós pelo jogador que foi e pelas funções que agora desempenha. Acima de tudo, destacaria a proximidade que ele tem com todos nós.”

Otimismo e confiança reinam no grupo

“Olhando para aquilo que trabalhamos, e isso sente-se quando se está dentro de um grupo, vê-se otimismo. Não sei se houve uma mudança de chip [da época passada para esta], mas há um grande otimismo, porque olhamos à volta e vemos que temos todas as condições para sermos campeões em Portugal. Não será fácil, mas olhando para o nosso plantel acreditamos plenamente nisso. Sabemos que temos coisas a melhorar, não escondemos. Vemos uma grande margem de progressão no grupo e isso deixa-nos confiantes.”

 

Apresentação de João Mário

Novo número 20: as razões da escolha

“Vi os jogadores que sempre gostei no Benfica, desde o Di María ao Gaitán, passando pelo Gonçalo Guedes e pelo Simão… e queria jogar com um número especial, não queria jogar com um número com que não me identificasse. Olhando para esses jogadores, identifiquei-me e foi por aí a escolha do número.”

Regresso à Seleção e o Mundial 2022

“A esperança nunca a perco, porque sei que tenho qualidade para jogar na seleção portuguesa. Faço, de alguma forma, parte daquele grupo. Tem, muitas vezes, a ver com momentos de forma e escolhas do selecionador. Sinto-me mais confiante este ano, sinto que as coisas me estão a correr bem e tinha a esperança de ser convocado. A seleção portuguesa, hoje em dia, é uma das mais fortes do mundo, só podem ser convocados 23 ou 25 jogadores e temos de respeitar os momentos de forma de outros jogadores.”

“Sei que se fizer uma grande época no Benfica estou sempre mais próximo de ser convocado [para o Mundial de 2022]. É um foco jogar outra vez um Mundial, representar Portugal numa grande competição. Sendo português e perfeitamente elegível para o selecionador, tenho de ter sempre essa ambição.”

Paragem das seleções nada altera

“A equipa conhece bem os processos daquilo que o míster quer. Não acredito que, com esta paragem de semana e meia, muita coisa vá mudar. Todos conhecemos as ideias e o que o míster pretende. O primeiro jogo a seguir às seleções é sempre mais difícil, porque há jogadores que vão para outros continentes e pode haver esse problema, mas não é por semana e meia sem trabalhar com o míster que vamos perder o que já trabalhámos.”

 

Festejos do golo do Benfica frente ao Spartak

O primeiro golo de águia ao peito

“O facto de estar a jogar num novo clube e o primeiro golo acontecer [frente ao Spartak] com o regresso dos adeptos [aos estádios] foi muito especial para mim. São momentos que ficam marcados na minha memória. Obviamente, já revivi e revi esse momento várias vezes.”

O apoio dos adeptos é especial

“Tem sido muito especial. Desabituámo-nos um pouco daquilo que era jogar futebol com adeptos. Mesmo sem o estádio estar ainda completo, já conseguimos sentir o calor dos adeptos e a vontade que têm em apoiar a equipa. Temos a agradecer-lhes pelo apoio. Eu, pessoalmente, tenho de agradecer, não só no estádio, mas também fora, porque nas redes sociais tem sido muito bom sentir o carinho deles. Agora, espero retribuir em campo, que é aquilo que posso fazer.”

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