O Benfica concorda com a centralização dos direitos televisivos da Liga, mas tem dúvidas quanto ao valor que tem sido colocado em cima da mesa pela direção liderada por Pedro Proença: 300 milhões de euros.
Pelo menos essa é a opinião de Luís Mendes, vice-presidente do Benfica e administrador da SAD.
«O Benfica tem de ter presente uma ideia-chave: não pode, nunca, sair prejudicado da negociação centralizada. Na essência estou de acordo com ela, o futuro será esse, mas existem duas variáveis que ainda não consegui entender: o estudo da Liga não consegue demonstrar como, com um passo de magia, temos 300 milhões para dividir. E por outro lado a matriz de distribuição, que ainda não está aprovada, e se vai ser representativa da dimensão social do Benfica», começou por dizer o dirigente, na 2.ª Conferência Bola Branca, da Rádio Renascença.
«Queremos redistribuição, queremos reduzir o gap para os clubes que menos recebem. A classe média tem de subir, mas o ponto de partida, o ponto-chave, é o Benfica não ser prejudicado», insistiu.
Questionado novamente se não acreditava nos 300 milhões de euros, Luís Mendes deixou claro: «Não me parece. A última negociação centralizada foi da Liga holandesa, e deu 80 ou 90 milhões. Numa liga que é mais competitiva do que a nossa, de momento, num meio socio-economico mais evoluído, num futebol mais espetacular do que o nosso. Não estou a ver como vamos chegar aos 300.»
«Não faço a mínima ideia do que tem sido tratado entre Benfica e Liga nem o que está a ser discutido internamente. Temos lá o nosso representante, seguramente a defender os interesses do Benfica», acrescentou Luís Mendes.