Na antevisão ao duelo deste domingo, 10 de março, frente ao Estoril, da 25.ª jornada da Liga Betclic, Roger Schmidt sublinhou que a missão do Benfica passa por conquistar os três pontos e jogar bom futebol, para dar sequência à boa reação observada na quinta-feira, dia 7, diante do Rangers, na 1.ª mão dos oitavos de final da Liga Europa.
O treinador do Benfica revelou que sente o seu coletivo em boa forma e conectado para um desafio de alto grau de exigência, no qual, assegurou, a equipa dará tudo o que tem ao seu alcance para vencer e continuar na senda dos títulos.
Abordando as mudanças que tem operado no onze inicial, o comandante das águias justificou-as com a fadiga acumulada num calendário denso, garantindo que as mesmas são realizadas a pensar na melhor abordagem aos jogos e recorrendo ao trabalho “muito bom” do departamento médico e do staff encarnado.
Ultrapassado o jogo [Rangers] para a Liga Europa, o Benfica está de regresso à Liga Betclic. Quais são as suas expectativas para o jogo com o Estoril?
Já jogámos duas vezes contra eles. O Estoril está a lutar pela permanência na Liga, mas é uma equipa com muita qualidade, que dificulta a vida aos adversários. Têm muitos jogadores velozes, que decidem bem no último terço, e colocam sempre bastante intensidade nas partidas. É isso que eu espero amanhã [domingo, 10 de março]. Nós precisamos dos três pontos. O calendário é difícil e disputámos um grande números de jogos em pouco tempo, mas a última impressão que deixámos foi boa. Na quinta-feira [7 de março] mostrámos qualidade, e fisicamente também estivemos bem. Agora, a nossa missão passa por terminar de forma positiva este período antes da pausa para as seleções. E, para isso, precisamos de uma vitória amanhã [domingo].
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Jogámos contra o Sporting a 1.ª mão da competição da Taça [de Portugal], e ainda tudo é possível. Perdemos lá, perdemos no Porto para a Liga [24.ª jornada], e na 1.ª mão frente ao Rangers [nos oitavos de final da Liga Europa] empatámos. Antes, ganhámos quase tudo. É esta a situação, e para jogadores e equipas como nós, habituados a ganhar muitos jogos, é um pouco inesperado ter estes momentos de numa semana não ter nenhuma vitória. Não estamos habituados, é normal que os jogadores pensem nesta situação. Para mim, como treinador, é importante como se reage nestes momentos, e foi disso que também falámos depois dos dois jogos – contra o Sporting e o FC Porto –, que temos de mostrar reação no campo. Tens de estar focado na tua performance no próximo jogo, preparares-te da melhor forma, analisares o oponente e o teu próprio jogo, e, depois, mostrares bom futebol no campo. Na minha opinião, os jogadores fizeram-no bem, porque, como diz, não é muito fácil, há sempre pressão no Benfica. Fomos capazes de mostrar qualidade com a bola desde o primeiro segundo e jogar um bom jogo, mas claro que é um empate. Ainda temos de trabalhar e melhorar alguns detalhes, estamos a consentir muitos golos fáceis, a perder demasiadas oportunidades, mas, no geral, se virmos a performance dos jogadores, no que diz respeito ao comportamento tático e à mentalidade, acho que estiveram muito bem. Para mim, como treinador, é um bom sinal. Mostra que a equipa está em boa forma, está conectada, que o espírito está bom. Depois, claro, é mais fácil resolver estes momentos ou fases durante uma temporada assim. Todas as equipas, em todo o mundo, em todas as ligas, não interessa o quão boas são, têm fases na época em que os resultados não estão lá e têm de mostrar atitude e qualidade. Foi o que fizemos. Estou sempre em contacto com os jogadores, sei o que pensam, sei o quanto querem ganhar títulos nesta época e que vão dar tudo por isso.
“O calendário é difícil e disputámos um grande número de jogos em pouco tempo, mas a última impressão que deixámos foi boa”
Roger Schmidt
Já destacou a reação positiva frente aos Rangers [na 1.ª mão dos oitavos de final da Liga Europa], mas, no final, alguns adeptos pareceram não concordar. Sente que tem o apoio dos adeptos do seu lado e que eles apoiam a equipa?
Não é sobre mim, a única coisa que importa é o Benfica. O que vi e senti no estádio, na quinta-feira [7 de março], é que eles apreciaram a forma como a equipa jogou e como reagiu. Isso foi, para nós, muito importante. Torna tudo mais fácil se tivermos apoio, especialmente no nosso estádio. Podemos sempre contar com os nossos adeptos. Claro que se não estão contentes com a nossa performance, temos de viver com as críticas, e há sempre críticas no Benfica. É normal. Só podemos influenciar o estado de espírito e a atmosfera jogando bom futebol. É o meu foco total, as outras coisas não são importantes, na minha opinião. A equipa mostrou uma reação muito boa, estamos contentes que os adeptos nos tenham apoiado.
O Benfica tem tido um calendário muito denso, onde é difícil gerir a equipa a nível físico e mental. Na sua cabeça, a prioridade é o Campeonato?
A minha prioridade é sempre o próximo jogo. Já disse que não priorizo competições. Não podemos escolher o calendário, que é como é, mas, no final, estamos felizes por disputar tantos jogos, porque isso significa que estamos a lutar pela vitória em várias competições. Nas últimas semanas, penso que disputámos em torno de 10 jogos consecutivos a cada três dias. A certo ponto, é demasiada carga para os jogadores e temos de aceitar o que aconteceu frente ao Sporting e ao FC Porto, onde tivemos algumas dificuldades no capítulo físico. Mas, na quinta-feira [Rangers], mostrámos que, com concentração e preparação, podemos estar prontos para cada jogo. É essa a nossa tarefa para esta semana antes da pausa para as seleções e para o último terço da temporada. Vamos dar tudo em todas as competições, a começar já amanhã [domingo, 10 de março] frente ao Estoril.
“Se olharmos para o que aconteceu há duas semanas, vemos que marcámos cinco golos ao Vizela na primeira parte e quatro ao Portimonense em 15 minutos. O potencial e a qualidade estão lá”
Nas últimas três partidas não apresentou nenhum onze inicial igual, houve sempre alterações. Em algumas conferências de Imprensa, e depois de alguns jogos, disse que o Benfica pode fazer melhor. Acha que, neste momento, uma das principais razões para a equipa não melhorar é o facto de estarmos em março e ainda não ter um onze-base?
Mudarmos de jogadores quando jogamos a cada três dias é muito, muito normal. Temos um bom plantel, muitas opções e tento manter os jogadores todos em boa condição física, dando-lhes algum descanso, mas, também, tempo de jogo. Nestas fases, especialmente, tens de ter em atenção que, a certo ponto, os jogadores que estão habituados a jogar sempre precisam de tempo para recuperar e para prevenir lesões. Se os jogadores jogam cinco ou seis jogos seguidos, sem descanso, só com três dias pelo meio, claro que o risco de lesão aumenta. Todas estas coisas fazem parte da decisão do onze. No final, é sempre necessária uma abordagem para vencer o jogo. É o que fazemos sempre, e estamos a fazê-lo de forma muito profissional, o staff e o departamento médico também estão a fazê-lo muito bem. Tentamos encontrar toda a informação para decidir a equipa inicial. O mais importante é vencer, mas temos a possibilidade de mudar jogadores e manter o nível e uma elevada probabilidade de ganharmos o jogo. Isto é algo que temos de fazer até ao final da época, especialmente quando temos tantos jogos como agora.
Os pontas de lança do Benfica não marcam há cinco jogos. Essa situação preocupa-o? Sente que nenhum deles é capaz de dar à equipa o que quer, como acontecia com Gonçalo Ramos na época passada?
Na última temporada vivemos uma situação diferente. Iniciámos a época com o Gonçalo [Ramos] como ponta de lança, e ele confirmou, semana após semana, que é um bom jogador nessa posição. Marcou golos, mostrou ser muito completo a nível tático e foi por isso que jogou a temporada quase toda. Nesta época, repito, a situação é diferente. Temos opções muito boas para a posição 9, mas os jogadores da frente não têm sido tão consistentes em todos esses parâmetros para manterem a sua posição por semanas, meses ou pela época toda. Esta é a verdade. Todos eles trabalham bem, mas têm de evoluir. São novos no Benfica e, às vezes, os jogadores necessitam de algum tempo para se adaptarem e jogarem da melhor maneira. A ideia tática do Benfica também é diferente daquela a que estavam habituados. Temos de encontrar a melhor abordagem para cada jogo. Às vezes podemos manter o onze por várias semanas, e outras vezes temos de o ajustar pelos motivos que apontei. Já marcámos muitos golos. Nos últimos três jogos não fomos tão eficazes, sobretudo na quinta-feira [contra o Rangers], porque, nos dois anteriores, tivemos dificuldades em criar oportunidades. Mas, se olharmos para o que aconteceu há duas semanas, vemos que marcámos cinco golos ao Vizela na primeira parte e quatro golos ao Portimonense em 15 minutos. O potencial e a qualidade estão lá. No final, não importa quem marca os golos. O importante é que a equipa marque e vença jogos. Esta é a nossa situação, e todos os nossos avançados estão convidados a lutarem pela posição e jogarem de forma consistente como número 9. De momento, não estamos nessa realidade.