O advogado João Medeiros afirmou esta terça-feira que a pronúncia a julgamento de Benfica SAD, Benfica Estádio, Luís Filipe Vieira, Domingos Soares de Oliveira e Miguel Moreira no processo Saco Azul é uma decisão que não esperavam.
“Naturalmente que não me pareceu bem e evidentemente não era isto que estávamos à espera. Foi uma decisão que é inegável dizer que não contávamos. Não tivemos essa capacidade de fazer transmitir ao senhor juiz de instrução criminal a muita prova que produzimos em instrução. O senhor juiz de instrução criminal resolveu fundamentar a pronúncia com base nos argumentos que, sem contraditório, já detinha no inquérito”, realçou o advogado dos arguidos, à saída do Tribunal de Instrução Criminal, em Lisboa.
“Os arguidos vão a julgamento por crimes de fraude fiscal e falsificação de documentos. Nada tem que ver com a questão do saco azul. É, aliás, importante que fique patente que não obstante as referências feitas na instrução ao dito saco azul, e agora na decisão instrutória, as aludidas referências a um saco azul não são nada mais do que isso, referências”, sublinhou João Medeiros, refirçando: “Depois, quando chega a altura da fazer a dedução da acusação, aquilo que é imputado às sociedades e às pessoas singulares são crimes de fraude fiscal e falsificação de documentos. Portanto, saco azul nem vê-lo.”
“Resta-nos ir a julgamento e aí discutir prova a prova e suportar a inocência dos nossos clientes, como pugnamos”, sublinhou João Medeiros, que reforçou ainda a inexistência de um saco azul na acusação, assente somente em “referências” durante a instrução.