Tema Pizzi e Jorge Jesus.
“Nessa altura foi comentado tudo e um par de botas. Jesus, como homem do futebol, com a relação que tem comigo, após o episódio que foi tanto falado e que vou ter oportunidade de explicar, chegámos a conclusão que o nosso caminho seria mais complicado. Culmina nesse episódio [conflito com Pizzi], mas não começa nesse episódio. O mês de dezembro foi de extraordinária dificuldade. Se fizermos uma retrospetiva, havia uma exigência grande da parte do Benfica para ser vitorioso em todas as frentes. Havia um objetivo que era entrar na fase de grupos da Liga dos Campeões. Conseguimos atingir todos os objetivos, inclusive a passagem aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, que não acontecia há cinco anos. O mês de dezembro é penoso, tivemos três derrotas pesadíssimas com os rivais. Não foi só perdermos, mas a forma como perdemos. O que chocou mais os adeptos foi a forma como perdemos. Essa primeira derrota com o Sporting logo no início de dezembro criou um ambiente à volta da equipa e de Jesus que não estava favorável. Houve uma série de consequências, como a situação do Flamengo. Estamos a falar de um treinador muito mediático, por mérito seu. É uma pessoa que enche páginas de jornais, não por culpa sua mas por mérito. Tudo fez com que o ambiente se tornasse pesado. Não nos podemos esquecer como acabou o jogo com o Sporting, isso passa para os jogadores e para a estrutura. Finalizou com um episódio com a equipa toda e pensamos que dali para a frente seria tudo mais complicado.”
“Se calhar exigia-se uma explicação nesse momento. Se se lembrarem, estávamos a meio da semana e jogávamos contra o FC Porto. Não falei porque não queria criar mais atrito à volta da situação. Queria que a equipa estivesse preparada para o jogo do campeonato, ainda para mais com a entrada do novo treinador. Não queria tirar o foco. Posso dizer de forma clara que não foram os jogadores que despediram o treinador. Foi uma sequência de episódios. Chegámos de forma cordial e honesta a acordo”
“Algumas coisas que foram ditas na comunicação social são verdade, mas outras foram empoladas e distorcidas pois as pessoas não estiveram lá. Houve, de facto, essa desavença entre o jogador e o treinador. Estamos a falar de um dos capitães do Benfica, que sempre teve um comportamento exemplar e já conquistou muitos títulos no clube. Apesar de dizerem que ele já despediu treinadores a verdade é que todos o colocam a jogar. Não há nenhum grupo! Há isso sim um plantel que luta por um objetivo comum. Eu também tive equipas que despediram treinadores ao longo da minha carreira de jogador. O Pizzi merece todo o nosso respeito.
“Houve esse desentendimento, sendo que a equipa demonstrou apoio a Pizzi. Quando se diz que eu interpelei o treinador em favor de Pizzi é porque não se conhece nem Jorge Jesus, nem a mim. No início da época, quando escolheu os jogadores com quem contava, alguns com passado no clube foram afastados e Pizzi não foi. Jamais iria contra o treinador para o convencer do contrário nestas matérias. Jorge Jesus pode confirmar tudo o que estou a dizer. Após esse incidente tudo o que fiz foi em consonância com o treinador. O Pizzi ficou de castigo nesse dia, não treinou e falou com o presidente. Nunca foi afastado até final da época. Eu estava no Seixal, não fui chamado para ir lá, e falámos logo, tendo o jogador feito um treino”