«A máscara caiu. E, caindo a máscara, o que se vê cada vez mais nitidamente, goste-se ou não do termo, é a dimensão da trafulhice.
Perante a denúncia do SC Braga e os documentos apresentados à Federação Portuguesa de Futebol, o Sporting CP foi intimado a repor os valores que cobrou indevidamente, sob pena de ver comprometido o processo de licenciamento na UEFA.
Até aqui nada de impressionante, salvo talvez para os comentadores que tão estoicamente foram defendendo as mentiras sopradas de Alvalade.
O que verdadeiramente impressionou, na dimensão em que espelha o descaramento da cúpula diretiva do Sporting CP, foram os contactos com a Administração da SC Braga, SAD que se seguiram ao raspanete da Federação, procurando sensibilizar para que esta sociedade reconhecesse a legitimidade da cobrança imprópria e disso desse conta à entidade fiscalizadora.
A SC Braga, SAD respeita, como o seu Presidente disse, o contexto das suas congéneres. Mas perante os factos recentes e a soberba alheia, não restou outro gesto que não o de deixar a Sporting, SAD de mão estendida.
Assim, e ainda que a contragosto, foram repostos na passada quinta-feira os valores antes sonegados, ficando porém por efetuar o pagamento por estragos causados no Estádio Municipal de Braga e que esta sociedade vai continuar a reclamar.
Perante os factos discriminados, impõe-se uma reflexão.
O SC Braga compreende a complexidade do tempo que vivemos. E por isso tem insistido no apelo para que os vários agentes assumam com coragem o seu papel.
O que se verifica, porém, é a total demissão de responsabilidades, concretizada em inócuas tomadas de posição e na insistente cobardia de quem nunca enjeita generalizações, assim lavando as mãos e escapando ao incómodo de nomear e atacar de forma concreta e específica os inúmeros atentados que têm sido cometidos à pedra basilar do desporto e do futebol, que são os adeptos e os jogadores.
Perante ofensas claras à instituição, o SC Braga não hesita, nem pode hesitar, na defesa dos seus interesses. Assim o fizemos neste caso em concreto, nunca tomando a parte pelo todo, mas tendo a coragem de denunciar os comportamentos inaceitáveis do Presidente do Sporting CP e dos seus súbditos, dissociando-os da grande instituição que é o Sporting CP e do imenso respeito que nos merecem os seus adeptos e os seus profissionais.
Nunca os responsáveis deste clube confundiram um conflito diretivo com a consideração que é devida a todos os adversários e à essência do fenómeno desportivo.
Essa barreira é, para o SC Braga, intransponível.
E, por isso, é para este clube absolutamente indigno que os vários agentes do nosso futebol (com a Liga à cabeça) enveredem por tomadas de posição vagas, incapazes de destrinçar aquilo que é uma eventual disputa institucional daquilo que é a defesa do bom nome das coletividades, do respeito pelos seus adeptos e do crédito que é devido aos profissionais e, sobretudo, aos jogadores.
Ao longo dos últimos meses, dois altos responsáveis do Sporting CP têm insistentemente colocado em causa a dignidade dos profissionais do SC Braga e ofendido o orgulho dos seus adeptos.
Tudo isto tem acontecido perante a complacência da Liga Portugal, da Federação Portuguesa de Futebol, da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto e das diversas entidades com dever de vigilância sobre o fenómeno desportivo.
Feita esta importante ressalva e para que não se perca na memória a verdade dos factos, terminamos com um repetido apelo à coragem e com a reiterada afirmação de que os princípios deste clube não permitirão tentativas de colagem do SC Braga e dos braguistas a comportamentos que são indignos do desporto.»