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CEO da SAD do Benfica explicou contrato da NOS e o Empréstimo Obrigacionista

Domingos Soares de Oliveira, CEO da SAD do Benfica, concedeu este sábado uma entrevista ao canal do clube. O contrato com a NOS, nomeadamente a antecipação de valores e o empréstimo obrigacionista foram temas incontornáveis.

“Quando assinámos o contrato com a NOS, nunca, na altura, alguém imaginou que seria possível assinar um contrato de venda de direitos televisivos e de exploração da BTV por 400 milhões de euros. Nessa altura a mensagem foi clara: se alguma vez utilizássemos os montantes deste contrato seria basicamente para fazer reembolso de dívida. Ou seja, não quisermos fazer utilização do contrato para pagar despesa corrente, não quer dizer que não o possamos fazer, mas o grande objetivo já nessa altura era quase uma obsessão com a redução da dívida. E como é que isto se compara? Se eu mantiver os recebimentos que tenho previstos no contrato e um endividamento grande, aquilo que vai acontecer é que eu estou a pagar juros sobre um endividamento e, portanto, alguém terá de os contabilizar ao longo dos dez anos. E é muito simples de fazer as contas”, começou por dizer.

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“Como foi visto, nós fizemos um desconto de cerca de 160 milhões de euros. Se considerarmos que uma taxa de financiamento ronda os 5% por ano, são 9 milhões de euros em cada ano. Depois o montante vai diminuindo, mas, no fundo, isto atinge valores muito significativos. Exatamente uma operação contrária, que é uma operação de utilização de receita para receber um determinado montante agora e reembolsar dívida também tem um custo. É um custo que tenho agora, mas que evito em termos futuros do ponto de vista de reembolsos do meu endividamento. Com uma vantagem acrescida que é muito importante: reembolsar o endividamento todo que fizemos permite-nos libertar as garantias todas, libertar hipotecas sobre determinados bens imóveis e outro tipo de garantias”, prosseguiu.

O empréstimo obrigacionista também foi explicado. “É uma operação que é feita sem recursos. Quando eu faço uma operação sem recurso – e o que está a acontecer agora no Mundo dos direitos televisivos é muito interessante – significa que se o meu cliente, neste caso concreto a NOS, não me pagar por alguma razão, o problema já não tem a ver com a Benfica SAD, o problema é entre a NOS e a entidade financeira. Se a operação é feita com recurso, se o meu cliente falhar o pagamento à entidade financeira, então essa entidade financeira tem um recurso sobre a Benfica SAD. Portanto, só em operações sem recurso é que eu consigo ter um impacto significativo no meu balanço do lado do passivo. E foi isso que fizemos. Vi um advogado, um jornalista e até um professor universitário a falarem sobre essa matéria. As pessoas que são benfiquistas têm uma análise obrigatoriamente mais rigorosa, as pessoas que não o são terão uma análise mais, não vou dizer mais tendenciosa, mas menos rigorosa. Se fizerem bem as contas vão perceber que esta operação de financiamento tem uma taxa que ronda entre os 5 e os 6% com condições de mercado que são muito boas e que já eram boas nessa altura para uma operação sem desconto e, se fosse à data de hoje, não há nenhuma operação de financiamento que esteja a ser proposta a clubes de futebol que não seja com um custo de financiamento superior a 10%. A operação que fizemos foi muito boa, foi nos timings certos, e ainda bem que a fizemos porque, se hoje tivéssemos de ir ao mercado tentar fazer a mesma operação, pagaríamos muito mais caro”, vincou Domingos Soares de Oliveira.

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