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Com supostas guerras, daqui a 3 anos temos bilhetes a 100 euros e os estádios a encherem

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Infelizmente há gente com complexos de inferioridade tremenda. Principalmente complexo de inferioridade regional. Há gente também que só olha para o seu umbigo. Eu SOU BENFIQUISTA, não sou do clube da minha terra, não sou da equipa que me formou para o futebol, não sou da equipa que me abriu as portas para ser quem sou hoje no mundo do futebol (mesmo que não tenha sido aquilo que sonhei ser). O dia que essas equipas jogarem com o Benfica (infelizmente empataram na segunda jornada) eu sou do Benfica como sempre fui desde que me lembro.

Como tal defendo os interesses do Clube no qual sou sócio por iniciativa própria, mas também defendo aquilo que acho justo para nós, adeptos. Antes de começar, ninguém é obrigado a seguir as minhas ideias ou as minhas criticas. Não gostam sabem como entraram.

Eu quando “denuncio” os preços pornográficos dos bilhetes em que joga o Benfica, é no sentido de criticar a Liga e não o clube que os pratica. Não tenho nada contra os clubes que o fazem, não tenho nada contra as regiões onde os clubes estão situados e não me interessa há quantos anos o Benfica não se desloca a determinada região.
Eu hoje posso dar 26€ por um bilhete para ver o Benfica. Cometi loucuras de horas na fila para apanhar bilhetes de 140 euros tendo sempre de pagar 2 bilhetes do meu bolso. Há 10 anos atrás não podia. Tinha o dinheiro contado e tinha de andar e trabalho em trabalho se queria pelo menos ver um jogo ou dois por ano. O meu pai por exemplo, veio duas vezes ao estádio porque não tem possibilidades. Veio porque fui eu que o convidei e fiz questão do ir buscar para lhe mostrar como era ao vivo. Infelizmente trouxe num dia em que empatámos com o Estoril e perdemos o campeonato e noutra felizmente em que nos sagrámos campeões no jogo frente Olhanense. Poderia trazer mais vezes é uma verdade, mas faço o que posso. Como o meu pai há muitos. Há muitos que sofrem pelo Benfica e vibram tanto quanto aqueles que o seguem para todo o lado. Há muitos que gostariam de estar na linha da frente. Muitos com o seu clube do coração a jogar a metros da sua casa mas sem poder ir porque o dinheiro não estica para comprar bilhete.

Aqueles hoje que se insurgem nas redes sociais, indignados por existir muita gente contra os preços praticados, apenas olham para o seu umbigo. Sem insultar alguém, mas é a apreciação que faço. Ninguém é mais Benfiquista que ninguém, mas como Benfiquistas que são, deveriam olhar para outros Benfiquistas que não têm orçamento suficiente para conseguir ver um jogo onde o Benfica não vai há 17 anos. Falo agora no Chaves, mas já falei no Tondela, certamente vou falar no Belenenses, Estoril, Boavista, Setúbal e por ai fora. E quando pagam os bilhetes e chegam à sua cadeira cheia de pó e de dejectos de animais? Um WC sem papel ou sem água? Comida no estádio a rondar os 5, 6 euros? Enquanto se andar no argumento do “criar guerras entre benfiquistas”, guerras de regiões e afins, daqui a 3 anos temos bilhetes a 100 euros e os estádios a encherem. O Futebol passará a ser desporto de ricos e os pobres ou vão à tasca da esquina ou então voltam para o velhinho relato na rádio.

O meu ponto de vista é esse, futebol não é só para a classe media, media alta. É também para todos os outros. Não há necessidade nenhuma de os clubes de menor dimensão andarem às custas dos maiores. Uma campanha de marketing bem articulada consegue ter não só gente nos estádios a temporada toda, como não necessita de fazer casa cheia para sobreviver quando lá vai o Benfica. Além do mais, assim como está isto, a liga não conseguirá vender o campeonato nem aos chineses. Jogos em que os clubes de maior dimensão não joguem e que tenha pouco ou nenhum público, é jogo considerado sem interesse para quem vê pela primeira vez um jogo português na TV chinesa, por exemplo.

Eu mesmo podendo dar os tais 26€ irei sempre me insurgir contra a estes preços praticados. Quer gostem ou não gostem os complexados do norte, centro, sul, ilhas e estrangeiro e os defensores do seu segundo.

 

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