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"Havia o guarda Abel na liderança de um grupo de pressão, e agora o Fernando Madureira parece que atua da mesma forma"

Gaspar Ramos, antigo dirigente do Benfica, foi um dos nomes referidos por Luís Filipe Vieira na entrevista à CMTV, na noite de quarta-feira, e agora tenta explicar, a Record, qual terá sido a associação feita pelo presidente dos encarnados.

“Penso que foi uma analogia, não desejando que as pessoas tenham que chegar ao ponto de andarem com pessoas armadas nos carros. Foi só isso, uma analogia. Porque, efetivamente, o clima que se estava a criar quando andei no futebol era complicado. O que o Luís Filipe Vieira quis foi estabelecer uma comparação com essa altura. Então havia o guarda Abel na liderança de um grupo de pressão, e agora o Fernando Madureira [líder dos Super Dragões] parece que atua da mesma forma”, referiu, lembrando a “coação feita aos árbitros, como aconteceu com o Artur Soares Dias, e outros que não tiveram coragem de se assumirem”.

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Recorde-se que à CMTV, Luís Filipe Vieira disse que “o ‘Apito Dourado’ não voltará”. “Só espero é que isto não volte ao tempo do Gaspar Ramos. Não vamos pensar que temos de andar com alguém armado no carro. Há grande impunidade no futebol português e não podemos continuar com este ambiente”.

“Clima de terror”

Gaspar Ramos, de 76 anos, que esteve no Benfica entre 1978/79 e 1980/81 e 1987/88 e 1991/92, nas funções de Diretor Geral de futebol, e de 1994/95 a 1996/97, como vice-presidente, recorda que viveu “muitos momentos complicados, com ameaças constantes”. Como por exemplo? “Vais morrer dentro de uma semana ou vai acontecer isto ou aquilo aos teus filhos”, lembra, sendo mais fácil hoje em dia, à distância de tantos anos, desdramatizar o que viveu: “Quando ia para estágio era frequente ligarem à minha mulher às 3/4 da madrugada com ameaças a ela e aos meus filhos. Vivi um clima de terror! E tentava dizer à minha mulher que se mantivesse calma, que tudo não passavam de manobras para me calar. Foi complicado”.

O antigo responsável pelas águias não acredita “que se volte a esse tipo de clima”. Afinal, os “agentes que estavam sujeitos a esse tipo de pressão são hoje pessoas mais bem preparadas, a Comunicação Social está mais em cima dos assuntos”.

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“Agora, a pressão leva a instabilidade e, assim, é muito mais fácil os árbitros errarem. O clima que falo é nesse sentido, não em termos de agressão, ameaças ou… frutas. A máquina existe, o que não creio é que possa ter o mesmo êxito que teve no passado. Os agentes estão muito atentos”, salientou Gaspar Ramos.

Fonte: Record

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