Ivkovic: “O comportamento dos árbitros era diferente quando se tratava do Porto”
Naquela altura o Benfica também tinha o grande polvo pois também vinha com a conversa de que o Clube da Luz é que corrompia árbitros e que ainda hoje tem o sistema na mão. A inventona do caso Calabote é um perfeito exemplo daquilo que acusavam o Benfica e que ainda hoje o fazem.
Ivkovic, ex-guarda-redes do Sporting lembrou como eram aqueles tempos em que jogava em Portugal. Lembrou-se de contar como é que alguns “dirigentes do Benfica” se comportavam com os árbitros.
E aqueles anos 80 e 90? Como eram? Sentia-se o domínio do FC Porto?
Ohhh, naqueles tempos… Era na Europa toda: cada país tinha o seu Porto. O comportamento dos árbitros e dos dirigentes era diferente quando se tratava do Porto – e o Porto ganhava muita coisa, o Benfica menos. Naquela altura, era difícil, mas também te digo uma coisa: sabes quando é que os árbitros ajudam?
Não.
Quando uma equipa está bem, quando uma equipa tem qualidade. Aí, sim, o árbitro pode ajudar. Uma equipa que joga mal não pode ser ajudada pelo árbitro. Eu, agora, como treinador, sei porque é que um árbitro apita assim ou assado, trago a minha experiência também de jogador. E sei distinguir a maldade de uma falha, de um erro normal.
E tu viste maldade em Portugal?
É pá, posso dizer que o Pinto da Costa e o Reinaldo Teles eram as pessoas que toda a gente queria agradar. Porquê? Porque havia a ideia de que eles podiam ajudar quando fosse preciso. Faziam-se bonzinhos, queriam ficar perante eles. Como é que se diz em português? Olha, queriam ser puxa-sacos, foda-se, puxa-sacos [risos]. Mas houve uma dose de maldade por parte de um árbitro, o Veiga Trigo. O gajo ‘matava-nos’ sempre que apitava um jogo do Sporting, era como se nos desse tiros. Só faltava vestir a camisola da equipa contrária. Tu vias logo que não tinhas hipótese.