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João Gabriel apela à reflexão sobre a centralização dos direitos televisivos

O antigo diretor de comunicação abordou o tema na rede social LinkedIn chegando a pedir um adiamento dos prazos antes que seja tarde demais.

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João Gabirel, antigo diretor de Comunicação do Benfica, abordou o tema da centralização dos direitos televisivos, depois das revelações que o diretor geral da DAZN fez ao Record. Também o Benfica já admitiu negociar os direitos sozinho por ter propostas a valer mais sozinho do que centralizado.

“Talvez não fosse má ideia descer à terra e pedir o adiamento da centralização dos direitos televisivos prevista, por imposição legal, para 2028!

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As expectativas nascem, na maior parte das vezes, de afirmações, previsões, metas que se comunicam ou promessas que se fazem. Em todos estes casos é bom que elas se traduzam em objetivos concretizáveis, caso contrário há́ um precipício à espera.

A centralização foi imposta por decreto-lei em 2021 e foi assumida, com uma certeza inabalável, pela liderança da Liga como um push financeiro e competitivo. Com o passar dos anos converteu-se num acto de fé assente numa promessa – mil vezes repetida – de que o “bolo” a repartir seria maior. Bem maior! Chegou-se mesmo a acenar com 325 milhões €. Esse número configuraria, efetivamente, um tremendo push. O problema é quando a realidade bate à porta!

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Vale a pena ouvir a entrevista que o diretor geral da DAZN deu ao Record esta semana. Vale a pena que os presidentes dos clubes profissionais de futebol ouçam como Jorge Pavão de Sousa “desconstruiu” com uma clareza cristalina os pressupostos e o Excel com que a Liga trabalha e com base nos quais vem prometendo, há anos, mais dinheiro. Pressupostos trabalhados pela consultora EY.

No mínimo houve imperícia por parte da consultora, no outro extremo podemos apontar para incompetência. No ponto intermédio, e o que seguramente aconteceu, a EY apresentou um Excel com pressupostos que satisfaziam as expectativas “construídas” pela Liga e pelo seu presidente. Em nenhuma das opções a consultora fica bem na fotografia.

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Comparar a nossa Liga com qualquer uma das Big-5 mais do que “turbinado”, como Jorge Pavão de Sousa de forma cáustica classificou o absurdo, serve apenas para ridicularizar o benchmark apresentado.

Estou convencido que, ao dia de hoje, nenhuma das operadoras que compraram os direitos televisivos dos 3 grandes em 2016, renovariam pelos valores negociados nesse ano, simplesmente porque não conseguem, como não conseguiram durante todos estes anos, rentabilizar os milhões pagos.

A Liga onde as receitas dos direitos televisivos mais cresceram na última década foi a Liga portuguesa. 105% com negociação individualizada! A centralização foi, é, e não sei até quando continuará a ser, uma bandeira defendida com veemência por Pedro Proença.

Falhar as expectativas geradas e repetidamente assumidas costuma passar fatura. Ouvir de forma tão taxativa de um dos operadores televisivos que “o mercado não vale sequer o que é pago hoje”, deveria fazer soar com estrondo os alarmes da Liga, mas também dos clubes.

Creio que seria prudente o Presidente da Liga assumir que a centralização não vai trazer, pelo menos enquanto o modelo competitivo não for alterado, mais dinheiro para os cofres dos clubes e, antes que seja demasiado tarde, solicitar ao governo que o prazo imposto (2028) seja adiado. Seria o mais prudente e, perante aquilo que nos deixou a entrevista do diretor geral da DAZN, o mais racional.” Escreveu João Gabriel.

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