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JONAS EM ENTREVISTA

FUTEBOL -  Jonas, jogador do Benfica festejam com os seus colegas dur

A maioria dos jogadores sofrem ao mudar de clube no início de cada temporada. Imagine então acertar a transferência com as competições em andamento e chegar Numa nova equipa sem a preparação ideal. Foi esse o caminho do atacante Jonas, que trocou o Valencia, da Espanha, pelo Benfica, de Portugal, em setembro do ano passado, estreando-se apenas no mês seguinte. Muitos duvidavam da capacidade de adaptação do brasileiro, mas os números não deixam mentir: 14 golos em 16 partidas, confiança dos adeptos e posição de titular num ataque muito concorrido. Em entrevista por telefone, Jonas admitiu a surpresa por uma evolução tão rápida e exaltou a estrutura do clube português.

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– Quando cheguei, o pessoal já estava em andamento na temporada, mas receberam-me muito bem, o clube é muito estruturado. De todos os clubes que passei é o que tem a melhor estrutura, com profissionais em todas as áreas. Isso tudo facilitou muito a adaptação. Dentro de campo não tive muita dificuldade, estava na Espanha, uma liga forte. Mas fora de campo ajudaram-me muito, não fiz a pré-temporada como gostaria no Valencia, mas deixaram-me muito bem para estrear e dar andamento ao trabalho. Estou muito feliz. Não imaginava que o começo seria tão bom quanto está a ser. Tive que conhecer todos os companheiros, acostumar-me com o jeito deles de jogar. Mas todo o conjunto me ajudou e vem dando certo – destacou o camisa 17.

Artilheiro brasileiro em campo pelo Benfica: Jonas tem 14 golos em 16 partidas pelos Encarnados

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Aos poucos, Jonas sai do papel de “reforço que chega para somar” e encara uma posição de protagonismo do clube que busca o bicampeonato do Português. Prestigiado pelo treinador Jorge Jesus, o atacante de 30 anos busca o espaço entre os brasileiros Anderson Talisca, Lima e Derlei, disputa importante, segundo o próprio jogador, para elevar o nível do elenco.

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– Quando você muda de clube fica aquela expectativa de ter uma sequência, ser titular, mas sempre respeitando os companheiros. O Benfica ganhou tudo em Portugal na última temporada, chegou à final da Liga Europa por dois anos seguidos, então é claro que o trabalho vinha sendo bem feito, o time encaixadinho. Com muito esforço nos treinamentos e conversando com todos os brasileiros por aqui, consegui me entrosar. São muitos atacantes brasileiros, Lima, Derlei, Talisca jogando um pouco mais recuado, isso facilita muito. A gente conversa, observa nos treinamentos e vai entrando em sintonia dentro dos jogos.

Muitos brasileiros podem pensar que a Liga dos Campeões é a competição mais cobiçada pelos torcedores lusos. Porém, para os torcedores do Benfica, o troféu da liga nacional é obrigação, chegando a ser mais cobrado e comemorado do que qualquer outro. Eliminado na fase de grupos da Champions, sem Jonas – impedido de atuar por não estar inscrito – os Encarnados encaram uma pressão ainda maior pela conquista do Português.

– O pessoal prioriza muito o Campeonato Português por aqui. Então é aquela coisa, saímos da Liga dos Campeões, mas estamos muito bem na competição que eles mais levam em consideração. É realmente o que eles gostam, toda essa rivalidade com as equipes por aqui. É uma espécie de “aqui quem manda somos nós”. Tem muita rivalidade, inclusive com o Sporting, mas com o Porto supera, é muito maior. Na rua todos cobram o título, cobram bons jogos contra o rival. No primeiro turno ganhamos de 2 a 0, já é muito bom, é uma partida que conta muito para o decorrer da competição. São seis pontos de diferença, grande vantagem, é muito difícil de terminar assim. É tentar manter esse ritmo.

BENFICA AROUCA

Jonas trocou o Valencia pelo Benfica em setembro de 2014 e já conquistou a titularidade

Quando chegou ao clube, você já havia demonstrado a vontade de jogar a Liga dos Campeões, mas só poderia entrar se o time avançasse. Foi uma frustração a eliminação na fase de grupos?

JONAS: Quando fechei com o Benfica, já não podia jogar a Liga dos Campeões na primeira fase, então estava na torcida para que o time avançasse. Queria muito jogar. O grupo era equilibrado, com Leverkusen, Monaco, qualquer um poderia passar. Infelizmente ficamos pelo caminho, tivemos alguns tropeços em casa que dificultaram a classificação.

É claro que a convivência com os brasileiros facilita na adaptação. Como é esse contato com o Luisão, sendo ele um ícone do Benfica?

– O Luisão aqui é um símbolo muito importante para o clube, não só dentro de campo, mas também fora dele. Faz muito por todos aqui. Já é a 12ª temporada dele no clube e o que me chamou muito a atenção é a simplicidade. Todo jogador que chega aqui ele ajuda, sempre disposto, sempre orientando, falando como é o clube, o país. Quando alguém chega ele organiza encontros fora de campo para juntar o time, busca deixar o pessoal cada vez mais unido. É uma pessoa que eu tinha convivido duas vezes na Seleção, não conhecia como era. Ele ajuda muito, não só os brasileiros, é referência para todos que querem desempenhar o melhor futebol por aqui. É o centro do clube, uma pessoa incrível.

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E o Julio César, como está encarando esse bom momento depois daquela decepção na Copa do Mundo?

O Julio é gente boa pra caramba, uma figura (risos). Ele chegou bem animado aqui. Quando veio até conversou com a gente. Ele estava chateado depois da Copa do Mundo, pensou um pouco em dar uma parada, mas veio para o Benfica e está renovado, parece um jovem. Ficou muito tempo sem levar gols, a autoestima dele voltou. Brinco com ele que ainda dá para jogar uns cinco, seis anos. Está confiante e sendo muito importante pela experiência, qualidade e liderança que exerce.

Você já vestiu a camisa do Grêmio, agora está defendendo os Encarnados. Quanto à rivalidade, qual a maior: Grêmio e Internacional ou Benfica e Porto?

– Difícil (risos). A rivalidade aqui é muito grande, mas Gre-Nal é igual, não tem uma rivalidade maior, nem menor. O Gre-Nal é um campeonato a parte no sul do Brasil. O bicho pega também (risos). São confrontos muito semelhantes.

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