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Leonor Pinhão: A DESAPARIÇÃO OU NÃO

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A História, como se sabe, é invariavelmente escrita pelos vencedores. Se o Porto vier a ser o campeão de 2016/2017 os futuros manuais da História da Futebolice entoarão loas à genial estratégia do presidente do FCP que se soube apagar no calor das refregas delegando na pequena figura de um antigo jornalista, a quem confiou a direção de comunicação do clube, todas as despesas teóricas e práticas da ‘guerra’ contra o arqui-inimigo Benfica e a quem cedeu palco, holofotes, hotéis de 5 estrelas e honrarias da fama, dele fazendo o rosto e o cérebro da instituição a que preside há três décadas.

Se o Porto conquistar o título, tudo isto – a desaparição do presidente em favor da ascensão plenipotenciária de um mais jovem comunicador – será considerado o resultado previsível da liderança de um ser superior que se soube resguardar dos conflitos que extenuam qualquer mortal de modo a poder apresentar-se, fresco que nem uma alface, quando se dirigir ao povo da janela na Afurada cantando que “apita o comboio” como nunca antes apitou.

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No entanto, se o Porto não for o campeão de 2016/2017, não lhe pertencendo o direito de escrever a seu modo a História desta temporada – e, por arrasto, a História das últimas quatro temporadas –, é de presumir que a ‘desaparição’ política de Pinto da Costa venha a ser castigada, muito castigada mesmo. Não pelos indefetíveis historiadores benfiquistas mas pelos apaniguados da nação portista que, imediatamente, mandarão às malvas os argumentos externos com que os foram entretendo enquanto durou a compita – os árbitros, as cartilhas, o mau feitio do Jonas, o Facebook da senhora da Liga… – para se passarem a entreter com exigências do apuramento das responsabilidades internas.

Entre hoje e a próxima semana tudo ficará esclarecido. Se o Benfica não for campeão falhará o tetra pela quinta vez na sua História e os seus adeptos ficarão muitíssimo desgostosos. Se o Porto não for campeão terá o responsável máximo, o chefe-da-caixa, de ouvir das boas da sua gente. Poucos portistas perdoarão, no culminar de 4 anos de seca, que ainda se tenha o seu clube disponibilizado para ‘oferecer’ aqueles 4 títulos alternativos ao Sporting. Mas até para isto há uma explicação:

– Eu dou-lhe já os quatro títulos desde que não tenha de ir ao casamento! – impôs o presidente do FCP, por via telefónica, no momento mais tenso das negociações no Altis. A ver vamos.

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