Leonor Pinhão: “Duas coisas que não chegam”
Há uma grande diferença formal entre ser-se o treinador e ser-se o tipo que se senta no banco como será o caso de Nelson Veríssimo até ao fim da corrente temporada tal como parece. Não tem nada a perder, Veríssimo, porque dificilmente fará pior do que o seu infeliz antecessor e chefe de equipa. Nos últimos 5 meses o Benfica só levou de vencida um desafio – em Vila do Conde na casa do Rio Ave – e não há como escamotear que foi jogando contra 9 que conseguiu, e muito a custo, dar a volta ao resultado e sair de campo com os 3 pontos que se impunham. É verdade que por força da sua grandeza o Benfica é sempre épico, quer seja para o bem quer seja para o mal.
E este mal que se instalou, em termos de epicidade, não tem paralelo na sua História. É neste pormenor que Nelson Veríssimo se deve concentrar quando mais logo se sentar onde o mandaram sentar – no banco – e quando o árbitro, também Veríssimo, apitar para o início do jogo com o Boavista. E como fazer pior é praticamente impossível é caso para se dizer que ao treinador interino do Benfica foi oferecida a possibilidade de, em meia-dúzia de jogos, garantir a qualificação para a uma pré-eliminatória e para os play-offs de acesso à Champions e ainda conquistar a Taça de Portugal.
Muitos clubes em Portugal festejariam rijamente qualquer temporada finda com a Taça de Portugal no bolso e com os milhões da Liga dos Campeões em perspetiva. Mas muitos mesmo. Quase todos, na verdade. Mas ao Benfica uma coisa destas não chega. Melhor, duas coisas destas não chegam e sendo, justamente, este o caderno de encargos adjudicado a Nelson Veríssimo até ao próximo dia 1 de Agosto todos, os que gostam do vermelho, lhe desejamos as maiores felicidades. Boa sorte ao homem que se vai sentar no banco, portanto.
No que respeita ao nome do sucessor do sucessor do sucessor do sucessor de Jorge Jesus no Benfica, para já, não há novidades. Não há, nem podia haver, naturalmente.