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Leonor Pinhão: "havia sempre o sentimento de que nunca teríamos um trabalho limpo da parte de certos árbitros quando jogássemos no Norte"

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Graeme Souness foi um jogador extraordinário e um treinador mediano como acontece e acontecerá a tantos outros ídolos por esse mundo fora. Também sempre houve e haverá treinadores extraordinários que foram jogadores banais mas não foi de todo o caso deste escocês que passou pelo Benfica como treinador na gerência de Vale Azevedo e publicou agora as suas memórias. Souness não deixou de lado a sua experiência no futebol português. “Nunca iriamos ganhar um campeonato. Poderíamos aproximar-nos do Porto, o clube dominante, mas havia sempre o sentimento de que nunca teríamos um trabalho limpo da parte de certos árbitros quando jogássemos no Norte onde estava sediado o poder do futebol português. Naquele tempo, o Benfica nunca iria ganhar um campeonato”, escreve no seu livro publicado agora, em 2017.

O “naquele tempo” a que se refere é 1997. Não se lembrou, porventura, Souness que o problema não se verificava apenas nos jogos “no Norte” mas também nos jogos no Centro, no Sul e nas Ilhas Adjacentes tal como ainda hoje pode ser constatado em toda a sua glória “vintage” através do Youtube. Tendo, nos tempos de hoje, conseguido o Benfica ganhar 4 campeonatos de enfiada já tardava, convenhamos, a aparatosa contraofensiva de quem perdeu esse “poder” a que se refere o escocês que, não sendo um génio da tática, nunca foi um tipo distraído. No que diz respeito à contraofensiva, aí está ela. Mas para atingir as ansiadas proporções do processo judicial do Apito Dourado falta-lhe ainda muita coisa. Falta-lhe, sobretudo, Youtube. Porque no despique entre o ouvi-los falar e o ler e-mails ganha o “ouvir” por 10-0. O ouvir não deixa dúvidas.

Também ao Benfica vem faltando por estes dias alguma coisa de essencial. Não são advogados nem diretores de comunicação, nem a palavra de comentadores fervorosos, de ex-futuros-dirigentes ou de futuros-ex-dirigentes. Falta ao Benfica, e aos benfiquistas, a voz essencial do seu presidente. E faltava a PJ mas já chegou.

José Sá vai ser o guarda-redes do Porto hoje no Dragão e Mile Svilar vai ser o guarda-redes do Benfica amanhã nas Aves. Sérgio Conceição fará sentar Iker Casillas no banco e Rui Vitória sentará Júlio César no mesmo lugar. A questão com Casillas é do foro disciplinar enquanto a questão com Júlio César é do foro técnico. O guarda-redes espanhol está habituado a estas penalizações porque já passou pelo mesmo com José Mourinho no Real Madrid. O guarda-redes brasileiro, por sua vez, já se habituou com Rui Vitória a ser preterido em favor de concorrentes mais jovens como lhe aconteceu com Ederson por mais de uma época e meia. Em Janeiro, quando abrir o mercado de inverno, veremos o que resulta destas situações em termos práticos. E financeiros, claro. O aspeto financeiro é importante. Mais para uns do que para outros, muito mais.

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