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LFV: «ACHO QUE O BAYERN VAI MESMO PAGAR OS 80 MILHÕES PELO RENATO SANCHES»

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Luis filipe vieira

R – Os responsáveis pelo Bayern Munique dizem que esperam vir a pagar os 80 milhões de euros pelo Renato Sanches. Mas não acha que os 35 milhões iniciais já são um valor demasiado alto para um jogador de apenas 18 anos?

LFV – Acho que eles vão mesmo pagar os 80 milhões de euros. Porque o Renato não é apenas um grande jogador: é um miúdo com uma cabeça fantástica. E ele sabe bem as capacidades que tem e garanto-lhe que ele vai lá chegar. É um verdadeiro líder, que nasceu para ser isso mesmo. Quando foi a festa no Marquês (risos), eu estava de lado a olhar para aquilo e não queria acreditar. Dei comigo a pensar: ‘Como é possível um rapaz de 18 anos estar a tomar conta disto tudo?’ É um caso muito raro, de um jogador impressionante. Vocês sabem bem como os alemães trabalham e acho que está tudo dito quando um clube como o Bayern aceita pagar esta quantia por um jogador português. Com o grau de profissionalismo que ali existe, acredito que já o estivessem a seguir há muito tempo. Creio, aliás, que é uma das contratações mais altas na história do futebol alemão. Foi a qualidade do Renato, refira-se, que lhe deu a possibilidade de escolher o seu futuro, porque existiam vários clubes interessados nele.

R – É possível que o sucessor do Renato Sanches já esteja no Benfica?

LFV – O sucessor do Renato é o Rui Vitória que vai decidir, não sou eu. Há uma coisa que aproveito para dizer: acabámos de ir buscar mais um jovem talento, neste caso ao Vitória de Setúbal. O André Horta, que já tinha passado por este clube, está de volta a casa e isso deixa-nos muito felizes. É possível que ainda possamos ir buscar outros…

R – Mas o Benfica não está à procura de um 8 fora do Seixal?

LFV – Creio que, por agora, o Rui Vitória está a olhar só para dentro do que temos em casa… Se me perguntarem se há jogadores referenciados e com potencial para vestir a camisola do Benfica, em qualquer posição do terreno, logicamente que há.

R – Sente-se como um segundo pai de Renato Sanches?

LFV – O futebol é apaixonante porque todos nós – os que jogaram e os que não jogaram – achamos que percebemos muito do jogo. Este miúdo ficou-me sempre na memória por causa de uma conversa que um dia houve aqui em nossa casa. Diziam-me que ele era muito reguila, que só criava problemas, que ia ser um caso complicado. Eu só disse uma coisa: ‘Se ele é bom jogador tem de cá ficar! Se é reguila, somos nós que temos a obrigação de lhe ensinar a ter juízo.’ A partir desse momento passei a olhar para ele com toda a atenção. Confesso que fiquei com muita curiosidade. Como na altura já tinha o cabelo com as trancinhas… também chamava a atenção facilmente.

R – E gostou logo do que viu?

LFV – Não lhe vou esconder que foi um dos primeiros jogadores de que falei ao Rui (Vitória). Disse-lhe: ‘Rui, temos ali uma estrela!’ O nosso treinador, por acaso, já o conhecia bem. Porque tem essa particularidade de acompanhar bem o futebol de formação e, já agora, também vale a pena recordar que é benfiquista… Portanto, acaba por ser natural que estivesse bem identificado com aquilo que se passava no nosso clube.

R – De que forma é que o Renato reagiu quando se levantaram dúvidas acerca da sua idade?

LFV – Como já lhe disse, o Renato tem uma cabeça fantástica. Mentalmente é muito forte. Para mim isso foi logo muito notório quando assinámos com ele aquele contrato de seis anos. Ele estava com a mãe e eu disse-lhe: ‘Olha, a partir deste momento o teu percurso será o que quiseres. O céu é o limite.’ Eu senti que ele já sabia tudo o que eu lhe estava a dizer. É um miúdo superconfiante. Tem uma cabeça muito bem arrumada. Ele sabe onde vai chegar e posso garantir-lhe que vai lá chegar muito rapidamente. Não tenham dúvidas. Ele vai ser titular daquela equipa, vai ser titular da Seleção Nacional, vai ser tudo o que quiser. Portanto, acham que essa questão podia ser um problema para ele? Esqueçam. Ficou chateado, claro, mas nada mais do que isso. No Benfica também não se perde muito tempo a discutir o que se diz lá fora.

R – É verdade que sempre viu em Nélson Semedo o sucessor de Maxi Pereira?

LFV – Posso garantir-lhe que nunca estive preocupado com a renovação do Maxi Pereira. Nunca! E disse isto em conselho de administração: ‘O Benfica tem o futuro lateral-direito dentro de nossa casa. Não vale a pena andarmos aqui a especular nem a perder muito tempo.’ Vi as coisas sempre de forma muito clara: ou tinha vontade em ser jogador do Benfica ou não tinha. E o Maxi não teve. Tem outros horizontes e quer ir para outro lado, então vá. Fizemos uma proposta séria, ele não aceitou. Nunca houve motivo para preocupação. O sucessor já cá estava e nós sabíamos bem disso. Infelizmente o Nélson lesionou-se, ao serviço da Seleção Nacional, e a excelente temporada que estava a fazer foi interrompida. Mas já está de volta e agora só tem de trabalhar para recuperar o tempo perdido e lutar com o André (Almeida) pelo lugar.

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