Luís Bernardo: "todos os comentadores têm a sua cartilha e os clubes com estruturas profissionais a obrigação de ter preparados dossiers informativos."
RECORD – Que tipo de relação mantém o Benfica com os comentadores televisivos afetos ao clube?
LUÍS BERNARDO – Normalíssima. Fornecemos, quando isso é possível, a informação que nos é solicitada. Mas deixemo-nos de coisas porque isso é uma prática que acontece em todos os clubes. Vamos lá deixar-nos dessa conversa. Todos conhecemos até quem confidenciou que lhe colocaram à escolha o canal onde queria comentar. O que fazemos é o que deve ser feito por qualquer estrutura profissional.
R – A famosa cartilha chegou a ser um tema nacional. Sentiu-se incomodado com a questão?
LB – Completamente indiferente. Nem sequer é assunto. É ridículo, porque qualquer pessoa sabe que todos os comentadores têm, de uma forma ou de outra, a sua própria cartilha e os clubes com estruturas profissionais a obrigação de ter preparados dossiers informativos.
R – Qual o enquadramento de Pedro Guerra no Benfica e na sua estratégia de comunicação?
LB – O Pedro Guerra entendeu que, para se defender dos ataques pessoais que sofreu, gostaria de ficar completamente livre. Nesse sentido, solicitou ao Benfica a sua saída de responsável da direção de conteúdos da BTV. É apenas um comentador, hoje em dia, como qualquer outro. O seu vínculo à estrutura do Benfica terminou no final de junho.
RECORD – Domingos Soares de Oliveira acaba de ser eleito para a direção da Associação Internacional de Clubes (ECA). De que forma é que, internamente, o Benfica valoriza esta escolha?
LUÍS BERNARDO – Em primeiro lugar, é bom para o futebol português que um dirigente de um clube nacional – o Benfica, neste caso – tenha sido eleito para o principal órgão associativo de clubes. É uma forma de o nosso futebol ter uma voz que o possa defender e que assuma posições no órgão por excelência que faz a articulação entre a UEFA e os clubes. Para além disso, isto não deixa de ser o reconhecimento a todo o trabalho levado a efeito pela estrutura profissional do Benfica. Isso satisfaz-nos muito, naturalmente. Paulo Gonçalves e Miguel Moreira, já agora, foram reconduzidos para comités que têm a ver com as suas áreas profissionais. Ficamos felizes por constatar este amplo reconhecimento.
R – O processo de internacionalização da marca Benfica pode beneficiar com esta eleição de Domingos Soares de Oliveira ou estamos a falar de coisas distintas?
LB – Acho que pode beneficiar, sim. Grande parte do trabalho que executamos aqui tem muito a ver com a internacionalização e expansão da marca Benfica. No mundo globalizado em que hoje vivemos, e num sector tão forte como o futebol, um clube só poderá ser realmente competitivo a nível internacional se estiver atento às melhores práticas. E o Benfica está e tem sido pioneiro e inovador em muitas áreas.