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“Muitas vezes não tinha dinheiro para ir treinar. Não tinha o que comer”

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O central Morato chegou ao Benfica em 2019 e depois de um percurso nos sub-23 e na equipa está na equipa principal, pelo menos para já. O brasileiro mostrou o seu lado mais íntimo numa visita ao Centro Educativo da Bela Vista, numa reportagem transmitida pela plataforma Benfica Play.

Recordando a sua infância, revelou o que passou para chegar a jogador: «Cresci na comunidade, na favela. Muitas vezes não tinha dinheiro para ir treinar. Não tinha o que comer. Saía da escola e ia treinar, ficava o dia todo fora. Estava atrás de um sonho, nunca ganhei um real. E agora estou aqui, a jogar num grande clube que é o Benfica».

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«Fui atrás de um sonho e hoje estou aqui a construir parte dele», diz. O discurso é dirigido aos jovens do Centro Educativo. Uma experiência partilhada ao lado do pai, Tiago, como sinal de esperança, para mostrar que o lugar de onde vimos nem sempre marca o futuro.

«Vamos indo jogando, crescendo, aprendendo e gostando da coisa. E depois passa de uma brincadeira para ser um trabalho profissional», conta.

Morato garante concentração sempre: «O meu ganha-pão não pode ser levado como brincadeira. Perdi festas, sair à noite nos fins dr semana. Abrimos mão de muita coisa. Não tenho ´sextou´… [chegar à sexta-feira e poder sair], nem ´sabadou´ (risos).»

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O central recorda a experiência do primeiro jogo ´a sério´ no Benfica [dezembro de 2019, pra a Taça, frente ao V. Setúbal] e projeta a nova época: «Senti muita pressão, senti, quase não dormi à noite. Vamos ter de voltar ao que é ser Benfica, não é? Que é ganhar. Vamos tentar trabalhar para cumprir o compromisso.»

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