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“Não ter acrescentado a morada e o código postal do referido juiz já foi uma sorte”

Leonor Pinhão sobre o que se passou esta semana no Porto Canal

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Leonor Pinhão arrasa por completo o arguido por violência doméstica

 

“0 diretor de comunicação do Benfica é frequentemente censurado pelos adeptos do clube por causa do seu silêncio. E, também, por coisas mais miudinhas como tocar guitarra na festa de uma estação de TV. Já no que diz respeito ao diretor de comunicação do FC Porto passa-se o contrário. Não se cala por mais que uma fatia importante de adeptos lhe implore que deixe de embaraçar o clube como se pode ler pelas redes sociais dinamizadas por ativistas da campanha André Villas-Boas 2024 antecipando o próximo ato eleitoral no FC Porto. Está quase. Não há como não compreender esta ânsia de renovação de quadros no maior clube da cidade Invicta e não é, certamente, por ganância dos seus impulsionadores. Não consta que a motivação dos apoiantes de uma candidatura de André Villas-Boas seja instalarem-se em cadeiras de sonho, com salários de sonho, tendo por bitola o facto de os atuais administradores da SAD portista ganharem três vezes mais do que ganham, juntas, a administração da SAD do Benfica e a administração da SAD do Sporting.

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O diretor de comunicação do FC Porto é a estrela de um programa do Porto Canal que lhe vai sair caríssimo, em matéria de indemnizações, por conta das suas intervenções semanais. A da última terça-feira foi extraordinária. E, uma vez mais, não faltam adeptos a solicitar-lhe, por favor, que se cale. Há entre portistas quem preferisse mil vezes ouvi-lo a tocar acordeão no Mercado do Bolhão a ouvi-lo no Porto Canal a tecer considerações terceiro-mundistas sobre o caráter, a parcialidade, a corruptibilidade dos juízes da sua comarca. E não se referia aos “juízes” comummente conhecidos como árbitros de futebol. Foi mesmo aos juízes a sério, aos juízes dos Tribunais, aos juízes do Ministério Público que o diretor de comunicação do FC Porto dedicou a sua oratória da última terça-feira a coberto da bolha de impunidade onde aparenta viver.

O diretor de comunicação do FC Porto insultou o juiz do Tribunal da Relação do Porto, que o condenou a pagar 1 milhão de euros ao Benfica a título de indemnização, veiculando, sem tibiezas, a sua própria sentença. Com a certezinha absoluta, vá lá saber-se porquê, de que os juízes do Ministério Público ajuízam segundo as suas afinidades clubistas, considerou que ele próprio e a SAD do FC Porto foram condenados por “um senhor juiz benfiquista” que “tomou decisões como juiz benfiquista”, que “é sócio do Benfica desde 1968″. Não ter acrescentado a morada e o código postal do referido juiz já foi uma sorte. Livrou-se, assim, o magistrado dos incómodos sofridos por um familiar de um jornalista que viu a sua morada profissional exposta numa reportagem do Porto Canal e se viu entregue à justiça popular. Outros mundos. Outras bolhas.”

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