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Neste momento, ele [Neres] é nosso jogador. Estamos a meio de agosto

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Neste domingo, 11 de agosto, o Benfica arranca a sua participação na Liga Betclic 2024/25 com a visita ao Famalicão. Na antevisão da partida da 1.ª jornada, Roger Schmidt elogiou a mentalidade, o foco e o compromisso da equipa durante os trabalhos de pré-época, assegurando que vê ao coletivo preparado para lutar por todos os títulos em disputa.

Na conferência de Imprensa realizada no Benfica Campus, o treinador das águias falou de um plantel mais equilibrado comparativamente ao da época passada, destacando a qualidade dos reforços e a renovação de contrato com Di María como fatores que ajudam a balança do mercado a pender para o lado positivo, mesmo com a venda de um jogador importante como João Neves.

O comandante encarnado também reforçou que o respeito, a autoconfiança, o equilíbrio e a qualidade são armas que os jogadores têm para lidar com a pressão inerente à responsabilidade de representar o Glorioso, revelando que estes estão entusiasmados com o estilo de jogo ofensivo e de muita intensidade que tem sido trabalhado para 2024/25.

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Roger Schmidt

O que podemos esperar deste primeiro jogo com o Famalicão? Como descreve este Benfica para esta nova época? Quais são as suas impressões da equipa?

As minhas impressões, depois de uma pré-época dura, são muito boas. Os jogadores trabalharam arduamente nesta pré-época, e tivemos de integrar alguns reforços. No geral, a mentalidade e o foco no treino e nos jogos particulares foram muito bons. Também testámos algumas coisas nos jogos de pré-época, por isso penso que estamos prontos para começar a época, e também estamos muito felizes por começar a temporada, porque foi uma pré-época muito longa e, a dada altura, claro que precisamos dos jogos das competições. Jogar diretamente um jogo fora, em Famalicão, é uma tarefa difícil, sabemos isso dos últimos dois anos, e, agora, cabe-nos transferir o que fizemos na pré-época, no treino e nos jogos de teste, para o campo em Famalicão, mas, no geral, na minha opinião, os jogadores estiveram muito bem. Infelizmente, tivemos duas lesões, com o Andreas Schjelderup e o Benjamín Rollheiser, que vão voltar nas próximas duas/três semanas. Todos os outros jogadores estão aptos e em muito boas condições. Agora, cabe-nos mostrar isso em campo.

Do que é que a equipa sentirá falta, sem João Neves? E o que pode oferecer Renato Sanches?

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Infelizmente, o João Neves saiu. Todos nós o adoramos enquanto jogador e como pessoa, mas o futebol é assim. Era expectável que tivéssemos de fazer uma grande transferência neste verão entre o António [Silva] e o João Neves. O momento e o mercado acabaram por decidir, e, no final, o João [Neves] quis sair, e foi uma transferência muito boa para o Clube. Sentimos falta dele, mas isso faz parte do futebol. O primeiro ponto positivo é que o António [Silva] continua cá. Ele é um excelente jogador, foi decisivo nos últimos dois anos e continuará a sê-lo nesta temporada. O segundo ponto positivo é o regresso do Renato Sanches. Após oito anos fora do Benfica, ele voltou. Conhecemos a história dele nos últimos anos, mas tenho de dizer que as minhas primeiras impressões relativamente ao Renato são muito boas. Gosto da atitude dele, e tem estado a trabalhar muito bem nos treinos. É claro que a nossa primeira tarefa é colocá-lo em forma para a temporada, mas, na primeira semana, ele apresentou-se em excelente forma a nível físico e tático. Acho que fizemos o melhor possível nesta situação. Perdemos um jogador, mas cuidámos do nosso orçamento e recuperámos um excelente jogador para o Benfica. É esta a situação, e estou feliz com ela.

Roger Schmidt

“Os jogadores trabalharam arduamente nesta pré-época (…), cabe-nos transferir o que fizemos, no treino e nos jogos de teste, para o campo em Famalicão”

Roger Schmidt

Di María fica mais uma época no Benfica. O que acrescenta, aos 36 anos, um jogador como Di María a uma equipa?

Muita qualidade e muita mentalidade vencedora. Foi o último jogador a regressar depois dos jogos internacionais. Isso significa que foi ele que jogou a final da Copa América, conquistando-a outra vez. Venceram [Argentina] duas vezes a Copa América e, pelo meio, o Mundial. Ele esteve sempre em campo, e penso que também mostrou a sua qualidade na temporada passada. Como disse no final da época passada, o meu desejo era que ele ficasse mais um ano, e isso aconteceu, estou muito feliz. A qualidade, a experiência e a mentalidade vencedora, tudo junto, fazem dele um jogador muito importante para nós, e, para ele, é um pouco o mesmo. Ele vem agora, após três semanas de férias, fez muito trabalho individual, mas não está na sua melhor forma neste momento, como também alguns outros jogadores, que voltaram um pouco mais tarde à nossa pré-época, mas, nas próximas semanas, a tarefa é colocar estes jogadores em forma, e, claro, também vencer os nossos jogos. Temos de começar com isso no domingo [11 de agosto].

Renato Sanches chega ao Benfica depois de algumas épocas com lesões. Será possível fazer como o que aconteceu com Di María, que também chegou ao Benfica numa altura em que vinha de uma época atribulada, com lesões?

A época do Di María é um bom exemplo, jogou quase o máximo de minutos da sua carreira na época passada, pelo Benfica. Veio de uma época com muitos problemas, talvez pequenas lesões e fora do ritmo, mas, no final, penso que teve só uma pequena lesão, esteve em forma durante o resto do tempo e pôde jogar muitos jogos. Mas, claro, nunca sabemos. Tivemos algumas experiências, também na época passada, com o Juan Bernat, houve algum azar, não conseguimos resolver esse problema consistentemente, mas sabemos da situação do Renato [Sanches], como disse no início. Mas, por causa desta situação, agora ele é jogador do Benfica. Se estivesse sempre em forma e jogasse sempre no seu nível mais alto, talvez a mudança para o Benfica não tivesse sido possível. Sabemos deste pequeno risco, mas confiamos no nosso departamento médico, nos nossos treinadores físicos, no jogador e na sua motivação. Agora, cabe-nos cuidar dele, não o sobrecarregar, trazê-lo ao campo no momento certo e trazê-lo de volta na sua melhor forma física e a jogar o seu melhor futebol com muita confiança. Disse, no início, que a sua primeira semana foi muito impressionante, não esperava que já estivesse a este nível, e, por agora, está tudo bem. Veremos, semana após semana, como está a sua condição e quando poderá fazer parte da equipa. Não é amanhã [domingo, 11 de agosto], penso não seria inteligente, mas tenho muita convicção de que se vai tornar um jogador muito importante para nós.

Roger Schmidt

“Vejo energia positiva, qualidade no treino e compromisso com o nosso estilo de jogo. Queremos jogar um futebol ofensivo com muita intensidade, e, como vimos nos jogos particulares de pré-época, os jogadores gostam de jogar desta forma”

Acha que, nesta altura, a equipa está mais forte do que há um ano? Quem é o principal favorito a conquistar o Campeonato?

Vamos encontrar as provas no campo. Dizê-lo antes de a temporada começar não faz muito sentido. Sentimo-nos preparados para uma época difícil. Parece-me claro que temos os mesmos concorrentes aos títulos em disputa, mas, no geral, vejo muito equilíbrio na nossa equipa. Tivemos alguns problemas na temporada transata, porque não havia tanto equilíbrio e passámos por algumas dificuldades nas laterais da defesa. Agora, com Álvaro [Carreras] e Niklas [Beste] no lado esquerdo e Alex [Bah] de regresso ao lado direito, temos mais opções e folga. Isso possibilita que o Fredrik Aursnes possa voltar a atuar como médio-ofensivo, onde esteve muito bem na primeira época. Temos novos jogadores, como Pavlidis e Barreiro, e temos jovens jogadores que se juntaram ao plantel e estiveram muito bem durante a pré-época. Vejo energia positiva, qualidade no treino e compromisso com o nosso estilo de jogo. Queremos jogar um futebol ofensivo com muita intensidade, e, como vimos nos jogos particulares de pré-época, os jogadores gostam de jogar desta forma. É algo que reconheço, mas isso foi durante a pré-época. No domingo [11 de agosto] começa a temporada, a pré-época acabou, e já ninguém está interessado nela. O que temos de fazer é trazer para o relvado todo o trabalho duro que fizemos. Favoritos? Acho que já respondi a essa pergunta, e agora é você que tem de dizer quem é o favorito. Queremos ganhar o título, mas não me interessa se somos os favoritos ou não.

Desde que está no Benfica, esta é a temporada em que está mais pressionado para vencer?

Cada nova época é a que tem mais pressão. No próximo ano, provavelmente vai fazer-me a mesma pergunta. É assim que somos no Benfica, não é um clube fácil, é um clube muito exigente, porque o objetivo e a expectativa é sempre que ganhes títulos e muitos jogos, por isso, há pressão em cada jogo, mas estamos habituados a isso. Já mostrámos, nos últimos dois anos, que somos capazes de aguentar a pressão e, também, de focar-nos em jogar futebol. Para lidar com esta situação da melhor maneira, é usar os 90 minutos para mostrar que és melhor do que o oponente, jogar futebol intenso e ter uma ideia clara de como queres jogar. Este é o nosso foco. Também há vantagem se jogares futebol proativo, porque, assim, não podes pensar muito na pressão durante o jogo, tens de pensar no que tens de fazer em campo. É a melhor forma de lidar com a situação, e estamos entusiasmados. Sabemos da nossa qualidade, temos muita autoconfiança, temos muito respeito por todos os oponentes, os que competem pelo título, mas também em cada jogo, como agora, contra o Famalicão, sabemos que não é fácil jogar contra eles. Penso que o respeito, a autoconfiança, o equilíbrio e qualidade que temos dão-nos muita calma para lidar com a pressão.

Roger Schmidt

“Já mostrámos, nos últimos dois anos, que somos capazes de aguentar a pressão e, também, de focar-nos em jogar futebol”

Fala-se da venda de Neres para Itália após ter perdido João Neves para o PSG, dois jogadores que foram muito importantes para si nas duas primeiras temporadas. Perder este tipo de jogadores dificulta o trabalho do treinador?

Neste momento, ele [Neres] é nosso jogador. Estamos a meio de agosto e, enquanto a janela de transferências estiver aberta, temos de gerir essas situações, onde há interesses dos clubes, dos jogadores e dos empresários. Há sempre rumores, e numas vezes concretizam-se, noutras não. Penso que não faz muito sentido pensar nisso. O que temos de ter é um plantel capaz de discutir títulos, e acho que o temos. Como disse, o equilíbrio está lá, mas temos de aceitar que há desejos e interesses. Estou tranquilo com isso, e, dois dias antes do jogo, o meu foco está totalmente em disputá-lo. Essas coisas acontecem nos bastidores. Talvez alguns jogadores saiam até ao dia 1 de setembro, talvez outros cheguem. É possível, mas não a 100 por cento. As coisas não estão nas minhas mãos, porque as decisões são tomadas por diferentes intérpretes. Estou tranquilo. Neste momento, o plantel é equilibrado, e vamos ver o que acontece.

Já falou de Neres, mas, sabendo que há um acordo entre o jogador e o Nápoles, ainda faz sentido o jogador viajar para o jogo com o Famalicão? Nos dois últimos jogos da pré-época, diante do Feyenoord e do Fulham, utilizou o mesmo onze. Podemos contar com essa equipa amanhã [domingo]?

Não posso entrar em detalhes sobre negociações de jogadores, e espero que possa compreender isso. Não sei se há acordo, e não posso anunciar nem a convocatória, nem o onze inicial para amanhã [domingo]. Quando olhamos para a nossa pré-época, penso que estivemos muito bem nos jogos que disputámos com onzes semelhantes. Há sempre potencial para alterações, mas o onze [de Famalicão] não será completamente novo, porque os jogadores estiveram muito bem. No primeiro jogo, há a questão sobre os jogadores que estão em melhor condição física e os automatismos verificados durante a pré-época. Também tivemos jogadores que regressaram mais tarde por estarem ao serviço das suas seleções, e não podem estar no seu melhor após duas semanas a treinar. Os outros colegas têm três semanas de trabalho a mais e estão com um ritmo diferente. Ainda assim, estou muito feliz com cada um dos jogadores que regressaram [mais tarde], porque todos eles estão suficientemente bem para entrarem durante o jogo e influenciá-lo. A nossa missão nos próximos três/quatro jogos, talvez até à pausa para as seleções [de setembro], passa por jogar bem, ganhar ritmo e colocar os jogadores que não fizeram a pré-temporada por inteiro na melhor forma possível. É esta a nossa realidade atual, e a seguir à pausa talvez seja diferente.

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