Já com todas as frases decoradas, João Noronha Lopes prepara-se para ir ao canal que mais colo lhe tem dado: a SIC.
Acredita que pode apagar a figura da noite anterior, em que foi exposto e, pior ainda, confirmou tudo.
Não deu nomes e preferiu atirar à cara dos benfiquistas a ostentação de uma “riqueza” construída em mais de 25 anos como gestor.
Era tão fácil chegar e dizer que, como gestor, há negócios que correm bem e outros que não correm tão bem — como todos os últimos que teve desde que saiu (?) da empresa de fast food.
Mas preferiu vangloriar-se do seu “percurso imaculado” e dos seus “ganhos de uma vida”.
Para alguém que diz não ter nada a esconder e se apresenta como o rosto da transparência, apareceu nervoso, impreparado e desesperado.
Quem não tem nada a esconder, não faz o que ele fez ontem.
Hoje, no conforto de um dos canais que o protege, vai falar 15 minutos aos adeptos.
Facilmente diria que não vale a pena ver, porque vai repetir as mesmas frases feitas para um Paulo Garcia pouco incisivo.
Mas não, vejam.
Vejam e reparem em mais um grande momento de encantamento ao estilo daqueles que juntam pessoas em hotéis, com promessas de lucros incríveis, transmitindo uma falsa confiança.
Vejam também a diferença entre como a SIC entrevista uns e como entrevista outros.
E com isto concluo com uma pergunta muito simples:
A atual direção afirmou que os direitos televisivos poderiam ser negociados pela próxima direção, dito pelo próprio Noronha Lopes.
Todos os candidatos estão a negociar e já há propostas concretas.
Noronha é o único que diz que “ainda vai negociar”, talvez na esperança de copiar alguém.
É ou não verdade que o apoio da SIC tem como contrapartida ficar com os direitos televisivos do Benfica por dois anos?
Se houver coragem e transparência, que responda, sem guião.
Sabem onde vi isto? No tempo de Vale e Azevedo.