O treinador do Benfica, Roger Schmidt, fez a antevisão do jogo com o Sporting a contar para a 11.ª jornada da Liga Betclic. Em conferência de Imprensa no Benfica Campus, o técnico projetou o dérbi, que está agendado para as 20h30 deste domingo, 12 de novembro, no Estádio da Luz.
Este jogo pode ter impacto no seu posto no Benfica? “Eu assinei contrato até 2026 e adoro estar no Benfica. Nunca esperei jogar sempre no máximo e ganhar tudo até 2026. Às vezes podemos ter os mesmos jogadores, outras vezes é mais difícil e temos de lutar mais, com lesões e outras condicionantes. A Liga dos Campeões é uma boa motivação, mas por vezes temos situações como este ano, em que nem todos estavam num bom momento. E temos de aceitar que as coisas são assim. Mas sem perder a confiança no grupo ou em mim. Sinto a confiança do clube e quero deixar a minha marca no Benfica até 2026, o meu objetivo é estar em 2026 no Marquês de Pombal a dizer adeus ao Benfica. Acredito que vai ser possível.”
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Confrontado sobre se Bah, Kokçu e Bernat irão recuperar a tempo do dérbi, o treinador atirou: «Estão todos fora do jogo.»
Num jogo onde o Benfica pode assumir a liderança, que tem de fazer para ganhar?
“É uma resposta fácil. Depois de perder um jogo estamos desiludidos, mas no futebol vem sempre o próximo jogo, é frente ao Sporting, é uma boa oportunidade de nos mostrarmos. O Sporting está a fazer uma boa época, os duelos diretos são importantes. Na época passada os dérbis foram bons jogos e o objetivo é mostrar uma boa reação e vencer outra vez”.
Os principais duelos em Portugal na época passada foram com o FC Porto. Como vê o Sporting agora? Como verdadeiros candidatos?
“O Sporting, o FC Porto e o Sp. Braga têm equipas muito boas, têm qualidade para lutarem pelos títulos. Na última época o Sporting começou bem, perdeu pontos no início, mas foram sempre competitivos. Esta época começaram de forma diferente, mantiveram jogadores, contrataram um novo avançado, é uma equipa equilibrada, mantiveram o treinador, é uma boa equipa. Estamos numa competição difícil e já estava à espera do que aconteceu até ao momento na Liga”.
Disse depois da Real Sociedad que a equipa não estava preparada, que a culpa foi sua. Como está a equipa?
“É minha responsabilidade preparar a equipa em todos os aspetos, tático, físico e mental. Esperávamos o que aconteceu na Real Sociedad, o que aconteceu connosco aconteceu com o Inter, com o Barcelona. Eles foram muito eficientes, marcaram golos cedo. Sabíamos antes, mas mesmo assim não estávamos 100 por cento preparados para o que aconteceu. Devíamos ter encarado o jogo de outra forma. Agora estamos na liga portuguesa, temos um jogo grande domingo, uma grande oportunidade para nós e para eles. Conheço a minha equipa, a luta nos momentos difíceis, já ganhámos a Supertaça, já jogámos bem. Os meus jogadores não são perfeitos mas estão motivados e têm uma boa atitude. Estamos frustrados e desiludidos depois da Real Sociedad, mas sinto o grupo pronto para amanhã fazermos uma grande partida”.
Vimos o Benfica jogar de forma diferente nos últimos jogos. Com a Real Sociedad foi o fim desta nova tática?
“Já expliquei a história do jogo com a Real Sociedad. Até aos 12 minutos o jogo estava aberto, mas depois cometemos alguns erros, eles mostraram eficácia e nós perdemos a conexão. Perdemos os 20/25 minutos seguintes. Na 2.ª parte foi um jogo diferente, mas já era tarde para mudar o resultado. Não foi uma questão de três centrais, são coisas que acontecem com defesa de três ou de quatro. Foi mais a história do jogo, perdemos os nervos e a nossa estratégia. Temos de pensar amanhã na melhor estratégia. As duas soluções são boas opções, mas o que interessa é colocá-las bem em prática”.
Que lhe falta?
“Assumi a responsabilidade porque sou o treinador, sou responsável por tudo, como treinamos, como jogamos. Sou também responsável se não jogarmos bem e perdermos. No meu contrato não diz que temos de ganhar todos os títulos até 2026. Lutamos, como fizemos na Champions, não é vergonha, jogámos contra equipas de topo… A Real Sociedad está a jogar muito bem. Não estamos no nosso melhor neste momento, mas temos de olhar em frente, aceitar, ser profissionais. Não podemos perder a nossa confiança, temos de estar juntos e espero conquistar muitos títulos”.
Olhando para o tipo de jogo desde o ano passado, o Benfica jogava com os laterais em grande forma, mas esta época o estilo dos defesas parece diferente. É o fator decisivo que falta, em comparação com a época passada?
“É um ponto. Com o Grimaldo perdemos um defesa muito experiente, bom ao nível mental, experiente em jogos grandes, claro que era perfeito para o nosso estilo de jogo, a pensar para a frente, na pressão alta…. Os laterais são muito importantes, não só a defender como a atacar. O Bernad está lesionado, o David precisa de tempo para se adaptar a este estilo de jogo, o Bah está lesionado… Não é fácil substituir estes jogadores. Mas tentamos compensar com Aursnes, ele tem de ser muito flexível porque tem de estar em todo o lado. Felizmente é um jogador com capacidade para fazer isso, acho que ele até gosta de jogar cada jogo numa posição diferente. Mas é precioso mais consistência naquelas posições. Os jogadores desenvolvem-se a jogar de três em três dias, mas às vezes no futebol passamos por estas fases, na época passada tínhamos uma equipa sempre com os mesmos quatro atrás, com menos lesões, só que perdemos alguns jogadores entretanto. Mas na Liga estamos a jogar bem, já temos muitos pontos, temos de nos focar nos jogadores que temos. Quem não está num nível top neste momento tem de entrar nesse nível porque precisamos de todos a jogar bem alto para lutar pelos títulos.”