Pedro Adão e Silva e a Liga Salazar: Vai Pedro Proença ficar à espera que o Porto lhe chame Américo Tomaz?
Na sequência do meu artigo da semana passada, onde me indignava com a associação torpe do Benfica ao antigo regime, o Dragões Diário deu-me honras de abertura. Fico lisonjeado e espero que continuem a justificar os maus resultados desportivos do mesmo modo – estão condenados a continuar a perder. Para além de montagens fotográficas que me colocam lado a lado com um ditador sinistro – o que diz muito da gente que faz a comunicação do Porto –, sublinho que o longo texto se limita a tentar identificar as fontes do meu artigo, não refutando rigorosamente nada do que escrevi. Sim, não inventei os factos em que me baseio, mas esqueceram-se de citar o notável trabalho de Alberto Miguéns no ‘Em Defesa do Benfica’.
O fundamental é que esta conversa da Liga Salazar não é um argumento repetido no submundo das redes sociais. É parte da comunicação oficial do clube. Ou seja, para o Porto já não estamos perante erros de arbitragem, mas, pelo contrário, perante uma Liga que é moralmente corrupta e que está estruturalmente destruída. A comparação com uma ditadura abjeta assim o sugere.
Imaginemos que os Lakers classificavam a NBA como Liga KKK ou que o Dortmund renomeava a Bundesliga como Liga Honecker ou o Milan apelidava o campeonato italiano de Liga Mussolini. Estou certo de que as instâncias que regem as competições teriam mão pesada. Por cá, banaliza-se tudo, até as comparações com um ditador. Só isso pode explicar o silêncio de Presidente da Liga face a uma acusação que ultrapassa todas as que foram feitas sobre o futebol português e que é particularmente aviltante para o próprio. Vai Pedro Proença ficar à espera que o Porto lhe chame Américo Tomaz?