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Rui Costa fala de Jorge Mendes

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O ex-jogador e atual administrador da SAD do Benfica, Rui Costa, falou em entrevista ao Negócios, sobre o orgulho que sente em trabalhar com Jorge Mendes no que toca a transferências do Benfica. 

Por falar em transferências, a ligação do Benfica ao empresário Jorge Mendes é inevitável?

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Fala-se tanto do Jorge Mendes. O Jorge Mendes ganha os prémios de melhor empresário do mundo e trabalhar com os melhores do mundo é sempre uma vantagem. Não é uma questão de ser evitável ou inevitável, é uma questão de os melhores clubes do mundo trabalharem com o melhor do mundo.

Acha que o Benfica tem tirado vantagens por trabalhar com ele?
Obviamente.
 

O Sporting e o Porto são rivais ou inimigos?

São rivais. Eu vivi sempre o desporto com uma intensidade tremenda, mas sempre a ver a situação desportiva. São dois clubes que procuram anualmente o mesmo que nós e nunca tive inimigos nem num lado nem no outro.

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O futebol italiano teve um período de apogeu e depois enfraqueceu. Este envolvimento em que os clubes estão, por um lado o “fair-play” financeiro, por outro as diferenças evidentes de orçamento que existem, como é que esta história vai terminar? Será na tal Superliga europeia?

Há que ter algum cuidado com essa Superliga europeia. O nosso presidente, ainda há pouco tempo, referiu isso e eu vou fazer eco da voz dele. Os clubes portugueses e não só, também os países da dimensão de Portugal em termos de futebol, terão de ter atenção a esta liga europeia, saber como ela é criada e em que moldes. É um risco que o futebol português corre. Espero que os países como Portugal, a Holanda e a Grécia, por exemplo, possam ter a mesma oportunidade que outros de lutar por esses objectivos e não serem quase excluídos das competições principais. Quanto ao futebol italiano, teve uma quebra grande em termos financeiros, um pouco pelo aparecimento dos novos ricos ingleses e de outros clubes como o Paris Saint-Germain. E onde se consegue perceber a quebra do futebol italiano, além de ter diminuído a fornalha de bons jogadores italianos em termos qualitativos e quantitativos, é constatar que, até aos anos 2000, a imagem que se tinha era esta: Espanha e Inglaterra ficam com os estrangeiros que Itália não quer, salvo raras excepções como Real Madrid, o Barcelona ou o Manchester United. Hoje é ao contrário. Todos os que são Bola de Ouro vão para Espanha ou Inglaterra. E onde se percebe que algo se está a passar é quando o Zidane sai da Juventus para o Real Madrid. O Zidane era Bola de Ouro, era quase impensável, fosse por que dinheiro fosse, um clube italiano perder um jogador para uma liga concorrente. Depois mete-se o “calciocaos”, a Juventus na segunda divisão, as duas milanistas com menor fulgor e começa a perceber-se a queda do futebol italiano. Não penso que seja duradoura e creio que Itália vai procurar esta igualdade novamente. Não é um processo fácil, a menos que comecem também a surgir investidores no futebol italiano, mas acredito que este fosso não irá durar muito tempo.

Como é que um jogador se sente enquanto bem transaccionável?

Não gosto muito de usar a expressão “vamos vender este ou comprar aquele”. Gosto mais de “vamos transferir o jogador A ou B”, do que “vamos comprar ou vender”, porque o jogador não é carne humana. Tem de haver algum respeito por isso. Mas, no fundo, trata-se de uma linguagem simplista e não de uma linguagem ofensiva. Até porque, no momento em que uma equipa está a pensar numa transferência, o jogador também está. Nem sempre se chega a consensos, por vezes o clube quer uma transferência que o jogador não quer ou o contrário, nem sempre é fácil, mas há que encarar isso como fazendo parte da nossa profissão. O clube tem de escolher aquilo que acha ser melhor para si, seja fazer a aquisição, a cedência ou a transferência de um jogador, e o jogador, nesse preciso momento, também está preocupado em saber qual é o seu o futuro.

 

 

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