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Rui Gomes da Silva: “olho por olho, dente por dente,… VAMOS A ISTO, BENFICA?”

OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE, … VAMOS A ISTO, BENFICA?

1. SONHOS … OU … PESADELOS???

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Na madrugada de terça feira passada tive vários sonhos que seriam – a concretizarem-se – verdadeiros pesadelos.
Sonhei que o Benfica tinha perdido com o Vitória de Setúbal para o campeonato.
Sonhei que o Gonçalo Guedes tinha sido vendido.
Sonhei que as saídas de Raul Jiménez, Lindelof, Nélson Semedo, Ederson, Samaris, Mitroglou e Jonas estavam a ser negociadas.
Felizmente acordei e percebi que todos esses sonhos não passavam de meros sonhos, sem consequências …
A não ser o que virou mesmo pesadelo … a da derrota em Setúbal.
E – claro – o de Gonçalo Guedes.
Ainda bem que o mercado encerrou …

2. NAUFRÁGIO NO SADO

Ainda assim, afastados quase todos os possíveis pesadelos, … houve um verdadeiro desastre no Sado.
Logo após a derrota com o Moreirense, na meia final da Taça da Liga – jogo revelador da necessidade de alguém precisar de ter saído de um determinado clube para poder ganhar alguma coisa – voltámos a perder.
Confirmou-se uma tendência: perdemos, por 1-0, com um golo que resultou do único remate enquadrado do Vitória de Setúbal.
Ou a de não ganharmos quando o Benfica começa a perder (a sétima vez esta época).
Esta derrota, frente ao Vitória, foi o culminar de uma das mais fracas exibições da temporada (ou a pior!).
Seria, sempre, um jogo difícil, até porque tinha sido no Bonfim que Porto e Sporting (também) perderam, embora em competições distintas.
Mas, para esta derrota, também contribuiu um novo escândalo provocado pela arbitragem do futebol português: uma grande penalidade clara por assinalar (a mais que revista “queda” de Carillo), imediatamente antes do fim do jogo (e já nem falo do resto).
Não obstante esse facto, a verdade é que já começam a ser muitos pontos perdidos.
Ultimamente, para o campeonato, além da derrota frente ao Marítimo, nos Barreiros, empatamos com o Boavista, em casa.
Uma quebra de rendimento e de resultados que encontra a sua razão no abaixamento de forma da equipa.
Eu sei que fomos atingidos, desde o início da época, por uma gigantesca onda de lesões – o que, inevitavelmente, tem consequências na disponibilidade física e mental do plantel.
E essa quebra física foi, naturalmente, visível no jogo com o Vitória de Setúbal.
Só espero que esta perca de pontos não nos venha a fazer falta, no fim, na tão ansiada e pretendida conquista do Tetra.
Porque, para a história, além desse registo, fica a lição.
Essencialmente pela falta de garra, de intensidade e de eficácia – a tal condição necessária e suficiente à concretização da vitória.
E como, na segunda feira passada, quem costumava fazer a diferença não a fez …

3. DOS OUTROS LADOS

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… nem bons ventos, nem bons casamentos.
Na verdade, nenhum dos outros, dos ditos grandes, tem jogado bem.
Do que se vai vendo, fazem jogos fracos contra equipas menores.
À 19ª jornada, ainda que com apenas mais um ponto, continuamos líderes.
E, ainda que com «apenas» um ponto, prefiro estar na frente.
Porque, acabando com um ponto de diferença, conquistarei o Tetra!
O resto é treta …
Há muito campeonato pela frente e os principais candidatos ao título – os dois expectáveis e o outro por cortesia – ainda vão perder muitos pontos.
Há deslocações importantes e decisivas, para um, como a ida a Guimarães.
E a Braga, onde os 3 ainda têm de ir.
Por isso, nada melhor que continuarmos – todos nós – a acreditar no Tetra.

4. OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE, … VAMOS A ISTO, BENFICA???

Mas, perante tanta adversidade, de nada nos servirá termos, neste momento, uma postura permissiva.
Vão por mim: com essa postura não seremos tetracampeões!
Desengane-se, também, quem acha que o caminho é protestar contra a equipa.
Como aconteceu, recentemente, na chegada ao Seixal.
Todos estamos insatisfeitos.
Todos, sem exceção.
Mesmo aqueles que estão sempre presentes, os que, perante a adversidade de um jogo, aplaudem e incentivam a equipa em cada desaire.
Os tais que, mesmo perante qualquer perda de pontos, no fim, aplaudem e incentivam a equipa para o próximo desafio, pedindo – como já aconteceu – o «36º».
Isto é o Benfica.
Mas não me canso de repetir (e de lembrar a quem tem, hoje, responsabilidade nisso): a estratégia que deveríamos adotar perante a tentativa de desestabilização e de «chicoespertice» alheia … tem de ser a de “olho por olho, dente por dente”.
Porque ela é a única linguagem que os nossos adversários entendem.
Criou-se a imagem que o Benfica era beneficiado e todos os outros clubes prejudicados.
E há quem esteja a deixar-se embalar pelos cantos de sereia.
Por isso, a nossa revolta e protesto terão de ser a da expressão desse nosso inconformismo e dessa nossa disposição para combater a mentira dos outros, para que, por tantas vezes repetida sem oposição nem desmentido, passe a ser verdade.
Porque não concordo com a ideia da nossa superioridade assentar no silêncio.
Qual é a estratégia do Benfica perante a teoria do nosso benefício?
Qual é a estratégia do Benfica perante quem, embora jogando com as mesmas regras, recorre à batota?
Perante quem quer – com essa estratégia de invocação do benefício do Benfica – corromper quem decide?
Perante quem, achando que ainda vive nos tempos de impunidade, nos provoca em cada declaração, em cada entrevista, em cada «graçola»?
Será que a nossa estratégia é não ter estratégia?
E, por isso, ignorar pacificamente a violência verbal, fazendo de conta que nada se passa, quando nos provocam e nos prejudicam?
Será este nosso silêncio a nossa melhor arma?
Pois, para mim – volto a repeti-lo – nada mais errado!
No jogo com o Boavista, por exemplo, na Luz (3-3), estivemos a perder 3-0, com 3 golos irregulares!!!
Alguém falou sobre essas irregularidades?
Situações como essas precisam de ser denunciadas, sobretudo por quem tem responsabilidade, que coincide, essencialmente, com quem tem legitimidade institucional.
Bem sei que há quem não fale por elevação!
Mas alguém com legitimidade tem que falar!
Porque, como diz o povo – e o Benfica é o povo – … “quem cala consente”!
Para que não nos confundam com quem prefere, nas palavras de Cícero, «a paz mais injusta à mais justa das guerras».
Porque, com outra postura, contrária a essa, que não a da conflitualidade em resposta à conflitualidade dos outros, seremos – como diria (e bem) Rui Vitória na época passada – «comidos de cebolada».
“Olho por olho, dente por dente”, … lembrem-se!
E quem avisa ….

(hoje, 2/2/2017, em A Bola, pág. 36)

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