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Saraiva: "É preciso ter uma grande lata para vir acusar o presidente do Sporting de coação, calúnia e difamação sobre os árbitros" Os factos

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R – Escreveu em tempos que João Gabriel “foi apanhar o sol do Dubai mas não quer deixar de ser o Rei Sol da comunicação do Benfica”. A afirmação ainda é válida?

NS – Em alguns momentos, acho que é. Sobretudo quando percebemos que regressamos a um tempo de uma comunicação mais rasteira e agressiva. Os estilos são facilmente identificáveis.

R – Luís Bernardo afirma que “os principais responsáveis por esta ação concertada de calúnias, insinuações e coação sobre os árbitros são Bruno de Carvalho e Pinto da Costa”. Como responde?

NS – É preciso ter uma grande lata para vir acusar o presidente do Sporting de coação, calúnia e difamação sobre os árbitros ou sobre quem quer que seja. Coação é ter informação e fotografias sobre a vida íntima dos árbitros, monitorizar as mensagens privadas do presidente da Federação, encomendar a revisão de notas ou compactuar com a existência de claques ilegais. É preciso não ter vergonha na cara para vir falar de coação quando se tem este cadastro. E se dúvidas houvesse, na última assembleia geral do Benfica ficámos de uma vez por todas esclarecidos sobre a autenticidade dos emails que têm vindo a ser tornados públicos. Luís Filipe Vieira confirmou definitivamente a autenticidade de todos aqueles emails de que nós temos vindo a ter conhecimento.

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R – Como assim?

NS – Porque Luís Filipe Vieira assumiu que a troca de emails existiu. O que foi dito é que os emails foram obtidos de forma ilegal, não que foram manipulados, truncados ou forjados. Não me parece que haja nenhuma dúvida sobre a veracidade de toda esta documentação. E, sobretudo, não creio que a Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária se debruçasse sobre um assunto que não tivesse o mínimo de sustentação e de verdade.

R – Crê, em função do que é público, que o Benfica pode ter tirado vantagem desportiva daquela alegada rede de contactos?

NS – Isso parece-me evidente. Aliás, defendi e continuo a defender que, se tudo isto vier a ser comprovado no plano judicial e se houver coragem, deveríamos ponderar seriamente em cumprir os regulamentos desportivos, que preveem perda de pontos, descida de divisão e retirada de títulos. Para nós até era fácil reclamar alguns desses títulos. Mas não queremos que sejam entregues a ninguém.

R – A revista ‘Sábado’ noticiou que um juiz, Jorge Marques Antunes, recusou autorizar a Polícia Judiciária a fazer buscas no âmbito do caso dos emails. É uma notícia que preocupa o Sporting?

NS – Espero que seja apenas um pequeno percalço. E que, ao contrário do que aconteceu em 2009, com as claques ilegais, o processo não fique esquecido numa gaveta e arquivado. Isso seria, de facto, altamente preocupante. Dito isto, era muito importante que houvesse aqui um esclarecimento público e até uma investigação por parte do Conselho Superior da Magistratura, que é quem tem poder para atuar e avaliar os atos cometidos pelos juízes. Por que razão é que um juiz terá criado a perceção e a expectativa na procuradora do Ministério Público titular do processo de que validaria todas as diligências que fossem consideradas necessárias e, de repente, mudou de opinião?

R – Considera que há matéria para uma investigação?

NS – Há matéria que exige um esclarecimento. Por que razão é que se argumenta, para defender a decisão que se tomou, com a tal alegada obtenção ilícita destes emails, quando o pedido para a realização das buscas que foram indeferidas resulta da recolha posterior de depoimentos que, segundo a revista ‘Sábado’, não só corroborava o que estava nos emails como acrescentava informação relevante? Se não houvesse o mínimo de verdade em tudo isto, tenho a certeza que a PJ não iria perder tempo a investigar, como está a investigar.

R – Quanto ao processo dos vouchers, sabe o que está a ser feito?

NS – Apesar de a justiça desportiva e das diversas instâncias do futebol português se terem apressado a arquivar, a justiça criminal felizmente continua a investigar, sem medo. É um processo que está em segredo de justiça. Aquilo que sabemos é que há de estar para muito breve uma decisão relativamente a este tema. *

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