“Não implica que eu estivesse em conluio seja com quem for. Teria de ser uma pessoa muito burra para prescindir do que era meu por direito para ajudar outras pessoas. Se eu estivesse implicado, que sentido faria expor-me como presidente do clube?”
“Vamos por partes, em primeiro lugar ainda ninguém foi acusado de nada. Eu estive, estou e estarei sempre de consciência tranquila. O meu nome não esteve envolvido em nada ilícito, tudo o que fiz pelo Benfica foi pelo amor que tenho por este clube. Todas as decisões foram tomadas por mim e o Benfica não me deve nada. Mas sempre que este processo vem à baila, vejo-me obrigado a recordar o meu passado. E não o passado recente. Há quem não se lembre de 93, esse verão quente. Aí, ainda morava numa cave da Damaia. Aquilo que abdiquei, numa altura em que vinha no autocarro 34 para treinar no Estádio da Luz, não seria agora depois de ter construído a minha vida que me iria prejudicar com isto. São muitos os episódios que não permitem que o meu nome venha à baila. É sabido como fui para Itália, o meu regresso depois, tinha carreira lá fora e abdiquei de tudo isso para voltar ao Benfica, é sabido do que abdiquei já dentro da estrutura do Benfica. É sabido que o meu contrato do Benfica, quando passo a diretor desportivo do clube, tinha prémios de campeão nacional e não era pouco dinheiro envolvido, não recebi um euro de prémios, não recebo euros de prémios pagos no Seixal. E a pergunta que faço é que sentido faz abdicar destes prémios, para depois andar metido em esquemas. Tenho repetido isto, a minha história não é de hoje, eu sou obrigado a dizer isto, pois é a pior ofensa que me podem fazer, em relação a todo o amor que dedico a este clube. Digo sempre que toda agente tem o direito de me julgar, em tudo, não me aprece correto que os próprios benfiquistas me julguem nesse sentido. Até porque estamos sempre a dizer, que temos de ter Benfica, ter Benfica, e acho que essa demonstração sempre a dei aos nossos sócios e adeptos. Essa parte está completamente eliminada, quem não está de má fé sabe que não seria capaz de lesar o Benfica. As assinaturas no contrato, sim, também assino, como qualquer administrador, não implica que eu tivesse conhecimento do quer que fosse. Não faria sentido abdicar destes dividendos todos lícitos para depois estar a ajudar outros a lesar o clube. Teria de ser burro de prescindir o que é meu por direito e depois lesar o clube. Se não tivesse consciência tranquila, que sentido faria eu terem-me exposto desta maneira como presidente do clube. Sabia que o escrutínio seria muito maior. Podia estar escondido atrás de uma parede. Nunca teve esse medo, essa preocupação de ter de o fazer. Jamais conseguiria fazer uma coisa dessas. Abdiquei de muito para servir este clube, jamais poderia prejudicar o Benfica. Estou disponível para colaborar com as autoridades. Enquanto cidadão, mas também como presidente. Como de resto, o Benfica sempre teve em relação com a PJ. Se há coisa que não consigo pensar é que alguém pense que pude prejudicar o Benfica. Isto vem à baila, nos momentos menos bons do Benfica. Foram-se buscar noticias atrás. Tinha assinaturas como qualquer administrador tem. Assinava muitos dos contratos. É situação normal, não me atinge em nada. Estou de consciência tranquila neste processo. Estou à disposição das autoridades.”