Jorge Jesus deu uma entrevista no Brasil onde falou na situação da sua saída do Benfica.
«Eu tinha uma cláusula de rescisão no meu contrato muito alta. Se quisesse sair do Benfica, tinha de pagar 10 milhões de euros. É uma cláusula que nem todos os clubes tinham capacidade de pagar. Todo esse ambiente, mais o facto de os dirigentes do Flamengo terem ido a Portugal e terem entrado em todos os jornais e televisões criou um ambiente muito complicado para mim. Ficaram os adeptos do Benfica: ‘quer ir para o Brasil, vá embora’. Comecei a ter um ambiente pesado. Eu disse: ‘Marcos [Braz], mesmo que eu quisesse ir, eu não posso. Vamos ver até quando eu posso sair do Benfica, mas neste momento, eu não posso’», », afirmou o ex-treinador do Benfica.
Jesus explicou que foi ele que decidiu sair do Benfica, depois do caso Pizzi.
«Quando eu saio, sou eu que peço para sair. Tive um problema com um jogador. Eu nem estava no jogo. Contra o FC Porto, depois do jogo, houve um jogador que fez alguns comentários. Os meus adjuntos contaram. Juntei tudo que se estava a passar. Eu tinha uma boa relação e um grande ambiente com a equipa no Benfica. Essas questões do presidente, xingarem quando ganhávamos, o Flamengo… Naquele momento eu disse: ‘não, chegou, vou embora’», revelou.
Jorge Jesus ainda revelou a conversa que teve com o presidente das águias, Rui Costa.
«Às 23h30 liguei ao Rui Costa e disse: ‘tenho um problema difícil para ti e para mim. Não quero ser mais treinador do Benfica’. Ele disse: ‘Dorme bem, fala com a tua almofada, sou presidente há três meses, não me faças isso, por favor’. No dia a seguir, fomos para o treino e ele e o Luisão estavam à minha espera para tentar mudar as minhas ideias. Disse: ‘Não quero, Rui. Nem para ti, nem para mim, nem para o Benfica. Deixa-me ir embora. Vamos chegar a um acordo e se tu és meu amigo e se gostas do Benfica, porque gostas mais do Benfica do que eu, tenho a certeza, deixa-me sair’. Cheguei a um acordo e vim embora. Passados um dia ou dois, o Flamengo contrata o Paulo Sousa», contou.