O Sport Lisboa e Benfica promoveu, esta quinta-feira, a realização de uma conferência de Imprensa, com o vice-presidente Varandas Fernandes a ser a voz da instituição, isto num novo modelo de encontros com a Comunicação Social que assim se inicia. Foram deixadas seis questões e um desafio…
QUESTÕES
1.ª Qual o ponto de situação das investigações à invasão ao centro de treinos dos árbitros na Maia? Já passou tempo de mais sem os necessários esclarecimentos. Prevalecem as dúvidas e o caso parece esquecido, sob um manto de silêncio e opacidade. Nós não esquecemos.
2.ª Qual o ponto de situação sobre as queixas apresentadas por vários árbitros em relação às ameaças que sofreram e que também visaram as suas famílias e os seus bens? Também aqui um manto de silêncio cobre o caso.
3.ª Qual a explicação da Liga Portugal para que na época 2017/2018 não se tenham cumprido os regulamentos na realização da segunda parte do jogo Estoril-Futebol Clube do Porto? Para quem já se esqueceu – porque há quem queira fazer esquecer estas coisas –, o jogo foi retomado 37 dias depois. Nunca se percebeu esta decisão e, para que coisas como esta não se repitam, a Liga deve dar explicações.
4.ª Como se explica que o relatório de perícia feito pela Federação Portuguesa de Futebol, sobre a recente divulgação pública de contratos de jogadores do Sport Lisboa e Benfica, tenha sido publicado num blogue? O documento nunca foi recebido aqui no clube, pelo que é evidente que não foi no Benfica que a fuga teve origem.
5.ª Reconhecendo e assumindo a Liga Portugal e a Federação Portuguesa de Futebol a existência de fragilidades e falta de segurança no sistema de troca de correspondência sobre contratos que circulam entre os seus serviços, uma pergunta se impõe: porque será que só há fugas para a praça pública de contratos do Benfica, e sempre em blogues reconhecidamente associados a outros clubes? No mínimo, é coincidência a mais…
6.ª Como se justificam o silêncio e a total inação da Liga Portugal e da Federação Portuguesa de Futebol diante do crime de acesso indevido e divulgação de correspondência privada por parte de um clube em relação a outro, seu concorrente direto nas competições que a Liga e a Federação gerem e regulamentam? Já existem decisões do Tribunal Administrativo do Porto e da Entidade Reguladora para a Comunicação Social sobre esta matéria. Este silêncio não se compreende e é insustentável, ainda mais quando se percebe que há quem queira prosseguir neste tipo de práticas.
Posto isto, “é mais do que tempo de clarificar posições face a comportamentos que criaram um ambiente de enorme pressão sobre as equipas de arbitragem. É mais do que tempo de assumir atitudes que de forma clara defendam a indústria do futebol, diante de factos que merecem reprovação pública e reclamam respostas claras dos responsáveis institucionais”, afirmou de forma taxativa Varandas Fernandes.
DESAFIO
“Nos últimos anos, decerto como manobra de diversão para disfarçar erros e fraquezas próprias, foram alguns tecendo o mito de que o Benfica dominaria as principais estruturas do futebol português. Pois bem: convidamos a Liga Portugal, a Federação Portuguesa de Futebol e respetivos órgãos, incluindo os da justiça desportiva, e também o Tribunal Arbitral do Desporto a publicar nas suas páginas todo o percurso profissional dos seus dirigentes e dos seus quadros. Identificando claramente os clubes onde já trabalharam e exerceram funções. E assumindo cada um a sua preferência clubística, caso exista. Transparência total, para escrutínio total”, lançou.
“Estamos certos de que será um contributo decisivo para se acabar com a falsa propaganda de que o Benfica controla as principais instâncias do futebol nacional. Quem não deve, não teme. Vamos a isso!”, concluiu o vice-presidente do Sport Lisboa e Benfica.