Os antigos ciclistas da W52-FC Porto começarão a ser julgados na quinta-feira por tráfico de substâncias e métodos proibidos, enquanto os dirigentes da equipa, 14 arguidos, enfrentarão acusações de administração dos mesmos. No total, há 26 arguidos no processo ‘Prova Limpa’.
O início do julgamento está marcado para as 9h15 no pavilhão adjacente ao Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira, e as sessões decorrerão, pelo menos, até 28 de junho. As duas primeiras ocorrerão nos dias 15 e 16 de junho.
Do lado administrativo, estão Adriano Teixeira de Sousa, conhecido como Adriano Quintanilha, ‘patrão’ da W-52, Nuno Ribeiro, antigo diretor desportivo que já foi suspenso por 25 anos pela Associação de Antidopagem de Portugal, e o seu ‘adjunto’ José Rodrigues.
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O Ministério Público alega que Adriano Quintanilha, Nuno Ribeiro e Hugo Veloso, o contabilista e diretor geral da equipa, teriam formulado, “pelo menos desde o ano de 2020”, o propósito de “aumentarem a rentabilidade dos seus ciclistas […] com o intuito de obterem melhores resultados”.
Assim, “na prossecução do seu desígnio”, os três arguidos “elaboraram um esquema mediante o qual os ciclistas por si dirigidos” passariam “a utilizar práticas dopantes, designadamente o recurso persistente à manipulação sanguínea, o que constitui um método proibido, bem como a administração e consumo de substâncias proibidas”.
O Ministério Público considera que Nuno Ribeiro “promoveu entre os ciclistas o consumo de substâncias proibidas”, nomeadamente betametasona, hormonas de crescimento, testosterona e insulina, entre outras.
A acusação do Ministério Público, para a qual remete o despacho de pronúncia, considera indiciada “a existência de um verdadeiro ‘esquema de doping’, evidenciado pela recolha de provas essenciais no autocarro, no carro de apoio, nos locais onde os atletas se encontravam hospedados e na residência da maior parte deles”, no decurso da operação.
À exceção de Jorge Magalhães, cujo processo ainda decorre na instância desportiva, todos os outros ciclistas estão a cumprir sanções por dopagem, sendo que sete deles – Rodrigues, Vinhas, Ricardo e Daniel Mestre, Caldeira, Neves e Vilela – reconheceram a culpa perante a Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), que lhes reduziu a pena em um ano.