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Carlos César arrasa Marques Mendes

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Prossegue a polémica com Cláudia Santos, que vai encabeçar lista de Fernando Gomes para o Conselho de Disciplina da FPF
A possibilidade de Cláudia Santos integrar a presidência do Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) suscitou críticas de Marques Mendes, ex-presidente do PSD e membro do Conselho de Estado, que foi duro nas palavras, falando em “vergonha” e em “promiscuidade entre futebol e política”.

No seu comentário semanal na SIC, Marques Mendes disse ter ficado “de cabelos em pé” quando soube que “uma deputada na Assembleia da República quer ser deputada e presidente do CD da FPF”. O político levantou questões de ética e não compreendeu o parecer favorável da Comissão de Transparência.

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A questão, aliás, já tinha provocado controvérsia no mundo do futebol – por outros motivos, relacionados com uma alegada proximidade de Cláudia Santos ao Benfica, que segundo o PS “está por provar”.

O antigo presidente da Liga Mário Figueiredo foi igualmente cáustico, apontando um “verdadeiro bordel” no futebol português, com esta escolha de Fernando Gomes, e lançando a ideia de que está em jogo uma verdadeira luta pelo poder, fora das quatro linhas, envolvendo FC Porto e Benfica.

Agora, a polémica segue no campo político, com a abertura de uma disputa entre socialistas e sociais-democratas. Em reação às palavras de Marques Mendes, o presidente do PS, Carlos César, lembrou os tempos em que o agora comentador da SIC exercia funções no PSD e alguns deputados ocupavam cargos de relevância no mundo do futebol.

“É eticamente incompreensível que tenha sido Marques Mendes a levantar esta questão, tomando-a como escândalo, como promiscuidade, como uma coisa de ‘pôr os cabelos em pé’ para o citar. Além de que, com a maior facilidade, Marques Mendes diz uma coisa uma semana e o seu contrário na semana seguinte”, afirmou César, em declarações à TSF.

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No mesmo órgão, o sociólogo e antigo vice-presidente social-democrata David Justino foi mais longe e lembrou que o antigo presidente da Federação Gilberto Madail era, em simultâneo, deputado do PSD. E numa altura em que Marques Mendes era líder parlamentar. David Justino recordou ainda o caso de Hermínio Loureiro, que misturou cargos políticos e desportivos.

“Os precedentes não são muito favoráveis ao comentário que foi feito porque há pelo menos dois casos: o caso do Gilberto Madail que era deputado e continuou deputado depois de assumir a presidência da FPF. Marques Mendes era líder parlamentar. E já na presidência do partido, Hermínio Loureiro também exerceu funções da Liga”, realçou.

“A ética tem de se começar por ver no comportamento das pessoas e não nos comentários dominiqueiros”, criticou ainda David Justino.

Cláudia Santos, recorde-se, vai encabeçar a lista da candidatura de Fernando Gomes para o Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), atualmente liderado por José Manuel Meirim. A escolha da deputada socialista tem gerado inúmeras reações, no mundo do futebol, mas não só.

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