Foi chamada de “manobra genial de engenharia financeira” entre FC Porto e o Vitória SC e entra FC Porto e Sporting. Juventus fez o mesmo e a Federação italiana puniu o clube com 15 pontos
Em Itália são rápidos e eficazes no toca a retirar pontos aos clubes que tentam passar a perna nas engenharias financeiras. Por cá fecham os olhos, não abrem processos disciplinares e ainda criam casos contra o Benfica.
Depois deste caso em Itália, o que tem a Federação Portuguesa de Futebol a dizer dos negócios que envolveram FC Porto, Vitória e Sporting?
Em causa, recorde-se, está o valor de transferências inflacionado com o objetivo de aumentar receitas do clube. Uma prática que foi detetada nos relatórios de 2019, 2020 e 2021 do clube e que lhe permitiu reduzir as perdas apresentadas e, ao mesmo tempo, retirar daí vantagens no mercado.
O Tribunal Federal aplicou ainda dois anos e meio de suspensão a vários dos seus dirigentes ou ex-dirigentes: dois anos e meio a Fabio Paratici, dois anos a Andrea Agnelli e Maurizio Arrivabene, um ano e quatro meses a Federico Cherubini e oito meses a Pavel Nedved.
Caso do FC Porto, Vitória e Sporting
Rodrigo Fernandes rumou ao FC Porto por 11 milhões de euros, enquanto que Marco Cruz assinou pelo Sporting pelo mesmo valor de 11 milhões.
Este foi o segundo negócio de troca que o FC Porto fez no mesmo mercado de transferências. O Porto comprou dois jovens ao Vitória de Guimarães por 15 milhões de euros, e vendeu outros dois jogadores pelo mesmo valor. Tudo comunicado à CMVM e à FPF.
João Duque explicou na altura o que podia estar em causa.
“Mesmo sendo, não significa que seja ilícita. Podemos trocar os nossos automóveis, por exemplo, e não é ilícito. Só é se o valor de transação não corresponder à realidade. O que se pretende é que a contabilidade ilustre a realidade empresarial. E se essa realidade é muito diferente dos valores registados nas contas, então, alguma coisa está errada”, refere.
“Há um benefício pela venda, mas não há contrapartida de custo, porque o pagamento é amortizado em anos subsequentes. É uma operação que, do ponto contabilístico, se não corresponder à verdade, atenção, é contabilidade criativa”, sublinha o professor de finanças.
Se fosse o Benfica que garantidamente a CMVM já estaria em cima bem como a Federação Portuguesa de Futebol.
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