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Kokçu acaba de se ‘autodestruir’ perante a massa adepta do Benfica

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Estamos numa fase da época em que se queremos alcançar os objetivos, temos de rumar todos para o mesmo lado e não andar em entrevistas que ajudam a comunicação social a promover a desunião e a desconfiança.

 

Kokçu cometeu um erro em vir falar de papeis importantes e questionar o treinador em publico, perante uma imprensa que já se percebeu de que lado está. Basta ver as reações à eliminação do Sporting, à mentira propagada pelo treinador do FC Porto e aos adjetivos que qualificaram o treinador do Benfica, por ter passado aos quartos.

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Isto é a mais ou menos o que o Kokçu diz. Não vou estar aqui a fazer o papel miserável da imprensa, de ‘murros na mesa’ ou ‘desilusões’.

– Na primeira metade da temporada, vimos o Kokçu atrás dos adversários mais do que o contrário…
– Sou um tipo de jogador de futebol mais eficiente para uma equipa se me derem liberdade. Quero dar muito mais à equipa. Na temporada do campeonato com o Feyenoord e em todos os jogos europeus com o Feyenoord estive melhor. Mesmo durante o Ramadão, como agora. Isso não me afeta. Schmidt prende-me demasiado a todo o tipo de tarefas [defensivas]. E isso não é necessário se quiseres mesmo rentabilizar as minhas qualidades. Eu consigo encontrar soluções no campo, penso à frente, sou conhecido pelo meu passe em progressão. Mesmo esta época, a estatística sublinha isso mesmo. Ainda posso significar muito mais para o Benfica, talvez seja aí que reside uma parte da minha frustração.

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– Foi substituído em diversas ocasiões…
– Isso deixou-me com raiva e dececionado. Naqueles exatos momentos, sabia que poderia significar muito para a equipa.

– As substituições e falta de protagonismo prejudicaram sua autoconfiança?
– Não. Arrisco dizer agora que passei por um período difícil por causa do problema com a minha posição na equipa. Mas durante esse período olhei novamente para a lista de todos os internacionais holandeses que me escolheram como Jogador de Futebol do Ano em 2023. Ruud Gullit, Wim Kieft, Bert van Marwijk, Jaap Stam, Arnold Muhren, Arie Haan, Roy Makaay , todos homens que ganharam grandes troféus ao mais alto nível. A lista era enorme. Esse é o melhor elogio que pude obter no ano passado. Certamente que essas ex-estrelas fizeram o julgamento certo sobre mim como jogador. Além disso, acho que provei nas últimas temporadas o que valho para uma equipa se for utilizado da forma certa.

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– Arne Slot, seu antigo treinador no Feyenoord, fez isso?
– Ele sempre me deixou jogar com a minha maior força e percebeu isso ainda mais cedo do que eu. Já me atrevo a dizer que para mim ele é o melhor treinador de todos os tempos. Como pessoa e taticamente. Também mostrou essas qualidades no AZ. Quando joguei contra ele no Feyenoord e ouvi que ele seria nosso treinador, pensei que não seria bom… Sabia como ele deixou o AZ a jogar e, como jovem jogador, não achei que fosse adequado para o estilo de jogo que ele usou. Mas ele começou a trabalhar todos os aspectos do meu jogo para me desenvolver. Em termos de futebol, sempre fui bom, mas havia mais um nível possível de desenvolvimento. Ele tirou isso de mim, usou-me da melhor maneira possível. É por isso que lhe devo muito.

– Conte-nos um pouco sobre a vida em Portugal.
– Sinceramente, no início foi bem difícil. Isso também se deve ao idioma. Português não é fácil de aprender e por isso muitas coisas passaram-me ao lado. Nessas alturas esperas aproveitar ainda melhor o futebol… Levei dois meses para entrar no ritmo. Mas é realmente um país do sul da Europa. É um pouco igual ao que acontece na Turquia. Tens de ir sozinho atrás das coisas. Na Holanda, és mimado. Não há nenhum país na Europa onde tudo esteja tão bem organizado. Mas não posso reclamar, o clima em Portugal é bom, a vida também, a cidade é linda e tem praias lindas. Mas vim aqui pelo futebol, não pela praia.

– Como é a sua ligação com os adeptos do Benfica?
– Espero conseguir o mesmo vínculo que no Feyenoord. No De Kuip [estádio do Feyenoord], os adeptos enlouqueciam quando empurrava a equipa para a frente. Isso elevou-me a um nível ainda mais alto. Ainda não sou o jogador mais popular do Benfica e por um lado posso compreender isso. As expectativas são altas e não fujo disso. Mas então dêem-me o papel certo, onde sou melhor!

Por mais que possa ou não ter razão, Kokçu, acabou por abrir uma porta à polémica que durará semanas. Sempre que não jogar ou não lhe correr bem, vão estar tanto em cima dele como do treinador. Se acha que iriam relativizar assunto como fizeram com o Diomande e o Gyokeres, pode estar bem enganado.

No Benfica os papeis importantes são construídos com trabalho, amor, família e no fim o talento. Por isso é que o Benfica só tem uma estátua junto ao estádio. Embora existam tantos outros que mereciam ter uma.

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