Rui Pinto vai ser julgado, a partir de janeiro, num novo processo no qual é acusado da autoria de 242 crimes: 201 de acesso ilegítimo, 23 de violação de correspondência agravado e 18 de dano agravado, relacionados com o acesso a emails do Benfica e de outras entidades. A defesa do criador do Football Leaks contestou o julgamento, mas os advogados do clube da Luz já responderam, responsabilizando Rui Pinto pelo facto de emails do Benfica terem chegado ao FC Porto. “É o próprio arguido que admite ter divulgado a correspondência electrónica dos colaboradores do Sport Lisboa e Benfica a terceiros, designadamente, a órgãos de comunicação social”, pode ler-se no documento em resposta à defesa de Rui Pinto, segundo revela o Público.
Os causídicos das águias refutam os argumentos de Rui Pinto, sublinhando que “o arguido não é, nem nunca foi, um whistleblower [denunciante], nem no contexto jurídico, nem no que parece querer que seja um conceito social”. “É um hacker que agiu motivado por interesses puramente pessoais – noutro processo comprovadamente também patrimoniais -, e que ao ser capturado procurou convencer-se a si e às autoridades, num caso com lamentável sucesso, da nobreza das suas intenções”, consideram, sendo que os benfiquistas entendem que Rui Pinto teve plena consciência da “ilegalidade da sua conduta”.
Segundo o Público, o clube da Luz, no documento no qual contesta a defesa do autor do Football Leaks, com 140 páginas, entende que a gravidade dos factos praticados “está à vista”. Os encarnados queixam-se ainda de uma violação do direito comercial, face ao teor das comunicações espiadas