Nas palavras do autor e coach na área de liderança de equipas, a obra “olha para a equipa do Benfica do ponto de vista do grupo, do tipo de liderança que Jorge Jesus teve, da comunicação interna e comunicação externa.”
Rui Lança utiliza o Benfica da época 2013/2014 como principal caso de estudo, um exemplo de uma equipa que se reinventou depois de uma época de deceção e veio a conquistar quase tudo o que havia para conquistar. Mas embora o foco da obra esteja virado para a Luz, o especialista em liderança acredita que “Reservado” pode apelar a qualquer adepto ou curioso.
“O livro tem pilares que são transversais às equipas desportivas, nomeadamente a questão da liderança, da gestão comunicacional, de como se reconstrói um grupo, de como se cria a identidade coletiva”, explica Lança. Claro que quem é benfiquista sente-se mais identificado, porque acompanhou não só as frustrações mas também as felicidades.”
Mas será que o Benfica foi, realmente, um exemplo de uma equipa bem construída? Rui Lança não vai tão longe, até porque, como defende, os encarnados só encontraram a melhor forma a meio da época, mas escolhe um momento chave como ponto de viragem.
“Eu entrevistei várias pessoas para que o livro tivesse a visão de vários ângulos: do ponto de vista jornalístico, de ex-jogadores de Jorge Jesus, de treinadores. Muita gente indica o momento do falecimento de Eusébio como o momento chave para a viragem. Foi quando o Benfica passou para a frente do campeonato, foi quando permitiu que a identidade coletiva fosse mais agrupada e houvesse uma cooperação maior em torno de uma causa”, diz Lança.
Mas porque a motivação não é tudo, o coach indica outros fatores como fulcrais para a conquista do título nacional.
“O Porto ia à frente mas não tinha um futebol que convencesse. O Sporting, apesar do campeonato fantástico que fez, potenciou quase todos os recursos ao máximo. E quando o Benfica passa para a frente, esse momento foi gerido de maneira diferente da época anterior. O Jorge Jesus geriu a comunicação sem aqueles aparecimentos muito folclóricos em que dizia que eram os melhores do mundo, que era muito difícil ganhar ao Benfica. Tudo isto favoreceu.”
Fonte: sapodesporto