Arguidos da divulgação de emails do Benfica optam pelo silêncio no início do julgamento.
No Juízo Central Criminal de Lisboa, o jornalista e ex-diretor do Porto Canal, Júlio Magalhães, o diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, e o diretor de conteúdos do canal dos dragões, Diogo Faria, decidiram não prestar declarações iniciais.
As intervenções ficaram, assim, a cargo dos advogados, com Rui Patrício – em representação dos assistentes Benfica, Benfica SAD e Benfica Estádio – a referir que “os arguidos sabiam o que faziam, quiseram fazê-lo e montaram, para isso, uma estrutura e organização”.
“Francisco Marques e Diogo Faria violaram emails do domínio do Benfica, porque esses emails estavam relacionados com o Benfica. Acederam ilegitimamente a dados. Fizeram o que fizeram porque há uma rivalidade desportiva entre FC Porto e Benfica e a sua atuação foi orientada no sentido de servir os propósitos do FC Porto, manchando a reputação do Benfica, perturbando e acedendo a planos, procurando ganhar vantagem desportiva, além da apropriação de segredos de negócio.
Os arguidos selecionaram emails, truncaram o seu conteúdo e manipularam a sua ordem temporal, de forma a construir uma narrativa. É falsa a alegação de que os arguidos agiram com uma motivação de interesse público. É um interesse clubístico que se inscreve na guerra clubística. Prejudicaram inclusivamente investigações que estavam em curso pelas autoridades.
A adivinhada estratégia dos arguidos de transformar este processo não num julgamento, mas numa análise da narrativa dos seus emails… Não são os emails que estão aqui em apreciação, mas a narrativa que os arguidos construíram a seu bel-prazer. O que está em julgamento é a conduta dos arguidos”, resumiu, sem deixar de notar que a atuação de Francisco J. Marques, Diogo Faria e Júlio Magalhães levou à “ofensa das pessoas coletivas aqui assistentes”.
A sessão foi dada como encerrada com menos de uma hora de duração. A próxima sessão do julgamento está agendada para 3 de outubro, com a manhã a ser dedicada às intervenções dos assistentes e a tarde a ficar reservada para a audição das primeiras duas testemunhas.
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