O Benfica – SAD está a disparar na manhã desta terça-feira, 3 de Julho, na Bolsa de Lisboa. A evolução da sociedade presidida por Luís Filipe Vieira ocorre num dia em que a negociação de acções está a ser a mais elevada desde Abril.
As acções da SAD das águias estão a somar 18,32% para 1,615 euros. É a cotação mais elevada desde Outubro de 2017. Já ontem, a empresa tinha conseguido subir mais de 1%, mas com apenas 640 acções negociadas.
Trocaram de mãos 22 mil títulos esta manhã, o que representa o maior volume desde Abril. A média dos últimos seis meses aponta para uma transacção diária de 3.222 acções.
As SAD são empresas em que o volume é pouco expressivo, tendo em conta o reduzido capital disperso. No caso do Benfica, o clube detém 67% da SAD, sendo que apenas 12% está em mãos de investidores com menos de 2% do capital, sem participações qualificadas.
Contudo, o Benfica tem tradicionalmente um volume superior, como acontece esta terça. O SCP – SAD desliza 6,25% para 0,75 euros, com 100 acções negociadas, e o Porto – SAD, com apenas 30 títulos trocados, recua 7,35% para 0,63 euros.
Disparo após emissão
A subida expressiva das águias ocorre um dia depois de arrancar uma nova emissão obrigacionista, com títulos de dívida a vencerem dentro de três anos. A SAD encarnada pede 45 milhões emprestados, oferecendo uma taxa de juro de 4% ao ano, a mesma da última emissão.
A operação “destina-se essencialmente a consolidar o respectivo passivo num prazo mais alargado, através do refinanciamento de operações que se vencerão num futuro próximo, nomeadamente o reembolso do empréstimo obrigacionista denominado ‘Benfica SAD 2015-2018’, no montante de €45.000.000, emitido em 14 de Julho de 2015 e com reembolso agendado para 13 de Julho de 2018 e ao financiamento da actividade corrente da Benfica SAD”.
Em entrevista ao Negócios, o administrador financeiro, Domingos Soares Oliveira, defendeu que conseguiu manter a mesma taxa de juro na emissão anterior por os investidores olharem para a situação do Benfica “per si, independentemente dos pontos fortes e dos pontos menos fortes que as outras SAD possam ter”. Em causa está a SAD do FCP, que teve de aumentar o juro a pagar (de 4,25% para 4,75%) na última emissão, culpando a situação no Sporting para o agravamento dos custos de financiamento.
A manutenção da taxa oferecida aos subscritores das obrigações ocorre apesar, também, das inúmeras investigações judiciárias em que as águias são visadas.