Frente a um adversário, a jogar em casa, que vinha de um ciclo de quatro jogos em que obteve duas vitórias e dois empates e não consentiu qualquer golo, a nossa equipa, mais uma vez, demonstrou toda a sua competência. Fez uma exibição segura e consistente, dominou a partida e criou várias oportunidades claras de golo, conseguindo concretizar duas delas.
O resultado – 0-2 – espelha bem o que se passou em campo, tratando-se de uma vitória justa e sem qualquer contestação ante o Paços de Ferreira, condizente com as pretensões da nossa equipa em iniciar bem a segunda volta do Campeonato e, pelo menos, manter a distância de sete pontos para o segundo classificado.
Notou-se pela concentração e determinação dos jogadores, assim como pela forma como a partida foi preparada por Bruno Lage e sua equipa técnica, que a filosofia “jogo a jogo” continua a nortear o trabalho do nosso plantel.
Os números comprovam a excelência do percurso feito na principal prova nacional, conferindo justiça à liderança exercida presentemente.
As 17 vitórias em 18 jogos constituem-se como o segundo melhor desempenho da história do Benfica. Os seis golos sofridos e os 13 jogos em que os adversários não marcaram qualquer golo são ambos o melhor registo benfiquista de sempre, a par de outras três temporadas. E as marcas estabelecidas na jornada anterior, de vitórias consecutivas em deslocações no Campeonato (máximo histórico) e de triunfos seguidos (segundo melhor de sempre), foram aumentadas agora para 18 e 15, respetivamente.
A mentalidade e a competência da nossa equipa só encontram paralelo no extraordinário apoio dos nossos adeptos, que ajudam o Clube, semana após semana, a cimentar a sua posição na liderança do Campeonato.
A indiscutível força do nosso coletivo demonstrada em Paços de Ferreira convida a relegar para segundo plano alguns aspetos individuais, mas não resistimos a apontar os desempenhos de Rafa, autor do primeiro golo e do passe para Vinícius marcar o segundo, e de André Almeida, por ambos terem regressado recentemente de um período de inatividade devido a problemas físicos. E também de Weigl, que chegou à equipa este mês e já se apresenta plenamente entrosado com os colegas (num relvado em mau estado, completou 49 dos 54 passes tentados), além de Odysseas, essencial num desempenho defensivo da equipa, até ao momento, ao melhor nível da história do Benfica.
Por outro lado, sentimo-nos obrigados a ter de falar sobretudo do VAR. O lance mais polémico terá sido, porventura, o golo de Pizzi anulado por fora de jogo. Em bola corrida dá a sensação de inexistência de qualquer irregularidade no posicionamento de Vinícius, que assistiu o nosso 21. A imagem parada pela Sport TV não motiva qualquer inflexão nessa perceção de legalidade do lance. Mais tarde, ficou-se a saber que o nosso avançado estaria supostamente em fora de jogo por quatro centímetros.
Este lance e a forma como foi escrutinado motiva perplexidade. Não é claro que as linhas, para aferir a existência, ou não, de fora de jogo, tenham sido bem colocadas. Há dúvidas quanto ao posicionamento da linha no corpo do defesa pacense (no pé ao invés de no ombro, como no caso de Vinícius) e até do momento exato do passe. E frisamos novamente que o golo foi invalidado por quatro centímetros, quando a própria empresa fornecedora da tecnologia admite a necessidade de se considerar uma margem de erro de cinco centímetros na avaliação de foras de jogo.
E depois houve o caso da grande penalidade por assinalar a nosso favor numa falta evidente sobre Rúben Dias.
Todos vimos, em bola corrida, que Rúben Dias sofreu falta. As eventuais dúvidas foram, depois, dissipadas ao vermos as repetições do lance. Pensámos que o árbitro, talvez devido ao emaranhado de jogadores na área lhe obstruírem a visão do lance, não pudesse ver a falta, mas o VAR não deixaria de a indicar, pois todos a vimos.
Soube-se posteriormente que “uma falha de gerador após quebra de energia impediu a utilização da tecnologia das linhas de fora de jogo entre 23:33 e 45:00+1 minutos do Paços de Ferreira-Benfica”.
Qualquer um destes casos contribui para a necessidade de reflexão sobre o uso da tecnologia do VAR, em particular os aspetos técnicos, o protocolo de aplicação e a uniformização dos critérios, para que não constatemos, como tem vindo a acontecer, que no deve e haver haja clubes com mais “sorte” do que outros. A bem da verdade desportiva!
P.S.: Na próxima sexta-feira, às 19 horas, receberemos o Belenenses, SAD. Reiteramos a importância do Estádio cheio a apoiar a nossa equipa e relembramos os detentores de Red Pass que, caso não possam estar presentes no Estádio, podem partilhar o seu lugar ou disponibilizá-lo no mercado secundário.