Contas da Olivedesportos podem matar o futebol português
Mário Figueiredo e Joaquim Oliveira continuam com a guerra dos direitos televisivos e promete durar mais algum tempo. O presidente da Liga fez chegar ao governo uma exposição onde alertou para “problemas financeiros” das empresas de Joaquim Oliveira que irão colocar as contas de vários clubes em sérias dificuldades e até mesmo a realização da maior competição de futebol em Portugal. Em causa estão os direitos televisivos, um negócio que gera receitas anuais brutas de cerca de 200 milhões de euros.
O presidente da Liga Profissional de Futebol, Mário Figueiredo, está preocupado com financiamento de muitos dos clubes de futebol profissional e com a normal realização do campeonato nacional desta e das próximas épocas pois a principal fonte de receita dos clubes neste momento são as empresas de Joaquim Oliveira.
O secretário de Estado do Desporto, Emídio Guerreiro, agendou uma reunião com as principais entidades nacionais ligadas à modalidade: o Instituto Português do Desporto e Juventude, a Federação Portuguesa de Futebol e a Liga de Clubes.
A reunião tinha como intuito esclarecer os problemas inerentes à realização das competições ao longo deste ano. Mário Figueiredo aproveitou a ocasião para expor ao governante os alegados problemas financeiros da Controlinveste, o grupo de Joaquim Oliveira que domina os direitos televisivos dos clubes, que engloba a Olivedesportos e a Sportv.
Segundo o Figueiredo, a situação poderá pôr em risco a situação financeira de muitos clubes, o que colocaria em causa o normal funcionamento da principal prova de futebol do País, a Liga Sagres, bem como a continuidade de muitos dos clubes que integram o futebol profissional.
De lembrar que a empresa de Joaquim Oliveira foi condenada pelo o Tribunal da Concorrência a uma coima para 2,7 milhões de euros por abuso da posição dominante que detém no mercado de canais de acesso condicionado com conteúdos desportivos premium, em prejuízo da concorrência e dos consumidores. Também a Sport TV duplicou o prejuízo para 6 milhões de euros e continua com uma grande queda nas subscrições e em Junho deste ano, foi anunciado o despedimento colectivo de 140 trabalhadores e a rescisão do contrato com outros 20 por parte da controlinveste.