Entrevista de Markovic ao RECORD..
MARKOVIC “JESUS É UM TREINADOR ESPECIAL”
SÉRVIO CHEGOU HÁ UM ANO A LISBOA E NÃO TEVE QUALQUER PROBLEMA DE ADAPTAÇÃO
Chegou há um ano a Lisboa e não teve qualquer problema de adaptação. “Senti-me acarinhado”, diz um jogador que, agora com 20 anos, não pensa na hora da saída. “Adoro estar no Benfica”…
RECORD – Esperava uma temporada tão bem-sucedida?
MARKOVIC – Não esperava que o Benfica jogasse todas as finais e lutasse por quatro troféus. Mas, por outro lado, quando vim para o Benfica disse: “Estou aqui para ganhar troféus.”
R – Está satisfeito?
M – Estou! Nunca tinha ganho três troféus numa única temporada. Claro que estou um pouco desapontado porque não ganhámos a Liga Europa. É evidente!
R – Se pudesse, como classificaria esta temporada em termos de satisfação pessoal?
M – Dar-lhe-ia 9. Mas não gosto de falar sobre mim.
R – E sobre o Benfica, o que pensa?
M – Também dou 9 ao Benfica.
R – Se pudesse escolher alguns dos jogadores que lhe causaram melhor impressão, quais seriam?
M – Todos os jogadores contribuíram para o sucesso. Não quero mesmo escolher entre todos aqueles jogadores fabulosos.
R – O grupo dos jogadores sérvios sentiu-se, de alguma forma, pressionado por serem muitos?
M – Sim, é verdade que estivemos debaixo de pressão. Mas isso é normal em clubes como o Benfica, onde existe sempre pressão para fazermos o nosso melhor. Contudo, penso que respondemos bem e, pessoalmente, nunca me deixei influenciar pela pressão. Vivo bem com isso. O grupo dos jogadores sérvios esteve muito bem e eu estou muito contente por ter jogado com jogadores daquele nível e com aquele género de pessoas. O que mostraram realmente impressionou-me. São mesmo um grupo muito bom de profissionais.
R – Portugal é um país particular, onde as pessoas adoram futebol, e o Benfica é um clube que pessoas as adoram, certo?
M – Não consigo descrever isso com palavras! É futebol o tempo todo. As pessoas falam de futebol sem parar!
R – O Markovic já era popular na Sérvia… Em Portugal é diferente?
M – É verdade que ninguém sai para a rua sem ser reconhecido. Ouvi dizer que 50% da população em Portugal torce pelo Benfica. Mas não acho que seja metade, acho mesmo que 85% dos portugueses são fãs do Benfica.
R – O que foi mais difícil em Portugal na adaptação?
M – Sinceramente, não tive qualquer problema. Adaptei-me muito bem. Apaixonei-me pelo país e pelas pessoas muito depressa. Todos foram simpáticos comigo e senti-me acarinhado. Foi rápido e fácil. Realmente adoro estar no Benfica!
R – Então, afinal, qual foi o melhor momento para si?
M – Ganhar o campeonato… e ganhar as finais… e vencer o Sporting… e vencer o FC Porto. Vencer a Juventus, PSG… Não consigo mesmo escolher só uma coisa!
R – E o momento mais difícil que passou em campo?
M – O jogo da Juventus, em Turim. Lutámos durante todo o jogo, ficámos reduzidos a 10 e depois a 9! Eles realmente tinham uma boa equipa. Mas nós batemo-los; batemos o PSG também…
R – Isso tornou-o mais confiante?
M – Como lhe disse, não falo de mim.
R – O treinador deu-lhe uma oportunidade…
M – Jesus é um treinador especial! É um treinador ótimo, excelente. Deu-me a oportunidade e penso que a aproveitei bem.
R – Mas a Liga portuguesa é difícil e competitiva?
M – Uh! É realmente difícil. Muito, muito dura. Mas eu já sabia.
R – Sabe que a próxima época será mais difícil?
M – Sim, sei. Mas também não tenho medo.
R – As notícias em relação à sua saída do Benfica são constantes. Isso incomoda-o?
M – Não, faz parte do trabalho. É o Benfica que decide o meu futuro, no futebol nunca sabemos. Mas estou feliz no Benfica.
R – Em Portugal as pessoas questionam-se porque festeja mais os golos dos companheiros do que os seus…
M – (risos) Também celebro os meus golos, mas não de forma especial.
R – Já aprendeu português?
M – Entendo tudo e falo um pouco. Evoluí muito.
R – Qual foi a primeira palavra que aprendeu?
M – “Obrigado” e “Bom dia”!
R – Qual a zona de Lisboa que mais gosta?
M – Praias com restaurantes. O Estoril é muito bonito.
R – Quantas camisolas deu de presente?
M – Uhhhh, não sei… Muitas!
R – Mais do que 50?
M – Mais de 200!
«Somos uma grande família»
R – O Markovic tem a família em Portugal. Isso tem sido importante para si?
M – Muito! Não sei como é com os outros jogadores, mas a família é muito importante para mim. Não sei se seria tão feliz sem eles por lá. É muito mais fácil estar com eles. Além disso, há muitos jogadores da Sérvia que nos ajudaram na nossa vida em Portugal. Mas no Benfica, para dizer a verdade, somos todos uma grande família. Não encontrei qualquer tipo de problemas.
Falhar a final foi a maior desilusão de Markovic
SÉRVIO DIZ QUE ESTAVA NO SÍTIO ERRADO
R – Markovic acabou por falhar a final da Liga Europa…
M – Estou muito desapontado de não ter jogado a final. É a maior desilusão da carreira. Não posso compará-lo a nada mais. Estava no sítio errado, no lugar errado. A adrenalina correu-me pelo sangue, mas não fiz nada para merecer ver o vermelho. Isso é certo. Durante a final estava tão nervoso! Estava sentado com o Enzo, o Salvio e o Fejsa. Quase nem nos sentámos, estivemos em pé quase o tempo todo!
Fonte: Record
